Kremlin: Putin não permitirá que EUA falem com Rússia de uma posição de força

© Sputnik / Sergei GuneevO porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov no Kremlin
O porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov no Kremlin - Sputnik Brasil, 1920, 30.03.2021
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Os EUA não vão conseguir falar com a Rússia de uma posição de força, declarou o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.
"É impossível. Os norte-americanos agora estão repetindo como mantra, assim dizendo: 'Nós vamos falar com todos de uma posição de força.' Nem Putin nem qualquer outro da liderança da Rússia não vai deixar nem os americanos nem qualquer um que seja conversar conosco de tal maneira. Isso está fora de questão", ressaltou o porta-voz em entrevista ao jornal Argumenty e Fakty, comentando a possibilidade de rompimento dos laços diplomáticos com Washington.

Contanto, Peskov notou que Moscou considera importante manter o diálogo com Washington, apesar de todos os desacordos. O porta-voz presidencial mencionou o exemplo da reação de Vladimir Putin às recentes declarações pouco diplomáticas do líder norte-americano, Joe Biden. Em 17 de março, em entrevista ao canal de televisão ABC News, Biden afirmou que Putin "pagaria" por uma suposta interferência nas eleições presidenciais dos EUA de 2020 e também chamou indiretamente o presidente russo de "assassino".

Em resposta, Putin desejou-lhe saúde e recordou que "avaliar outras pessoas é o mesmo que olhar no espelho". Além disso, o presidente russo convocou Biden a continuar discussão em transmissão ao vivo, e sem atrasos. Mas não houve resposta clara do lado norte-americano.

"O sentido da reação [de Putin] consiste em uma iniciativa de conversa que ficou sem resposta do lado dos norte-americanos. Do nosso ponto de vista, o essencial agora é não permitir que as relações desmoronem ainda mais. Já foram estragadas demais, é preciso reanimar de qualquer jeito. Por isso, o diálogo deve ser iniciado", considera o representante do Kremlin.

Peskov adicionou também que, levando em consideração "o atual agravamento das relações bilaterais sem precedentes", seria interessante entender sobre o que e como conversam os presidentes.

"Mas aqui é impossível tomar decisões no lugar do outro lado. Tango é dançado em pares", concluiu.

As relações entre Washington e Moscou tradicionalmente têm caráter intenso. Em 2014, elas pioraram após o golpe de Estado na Ucrânia e a anexação da Crimeia à Federação da Rússia. Em 2016, após eleições presidenciais nos EUA, Washington acusou Moscou de interferência eleitoral. A Rússia repetidamente negou todas as acusações, mas os norte-americanos regularmente impõem sanções contra cidadãos, companhias e todos os setores econômicos russos. O novo agravamento começou após declarações midiáticas de Biden que ocasionaram a convocação do embaixador da Rússia em Washington, Anatoly Antonov, para consultas em Moscou.

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