O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira (10) que Moscou está aberta a um diálogo construtivo com seus parceiros europeus, ainda que os Estados Unidos exerçam considerável influência sobre os países da União Europeia.
"Um dos objetivos estratégicos atuais de Washington é garantir que a União Europeia perca a sua independência estratégica e volte ao cerne da unidade euro-atlântica. Apesar de tudo isto, continuamos abertos ao diálogo, queremos este diálogo - o diálogo de iguais. Deve haver prontidão recíproca. Até agora, não existe essa disposição", disse Lavrov, durante a 28ª Assembleia do Conselho de Política Externa e Defesa, por meio de um link de vídeo.
O ministro russo acrescentou que Moscou não vai justificar suas próprias ações nem buscar a aprovação de outros países.
"Quaisquer ameaças, sejam sanções ou tentativas de debater outros tipos de punição para o nosso país, são absolutamente sem sentido e contraproducentes. Precisamos da cooperação com o Ocidente, tanto quanto o Ocidente precisa da Rússia com suas capacidades", observou Lavrov.
Em seguida, o ministro das Relações Exteriores convocou os países ocidentais a se engajarem em diálogos internacionais, tendo como base um código de conduta universal, fixado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
As relações entre Moscou e os países da União Europeia têm sido tensas desde 2014, devido à crise ucraniana e à reunificação da Crimeia com a Rússia. A União Europeia, juntamente com os Estados Unidos, aplicou sanções contra a Rússia, que foram respondidas por Moscou, também com sanções.
Alguns países da União Europeia começaram recentemente a questionar a eficácia das sanções e a procurar soluções diferentes para os problemas entre Moscou e a Europa.