A principal razão para a queda da multinacional aeronáutica dos EUA foi a crise do Boeing 737 MAX, informou o portal Business Insider, referindo-se a relatórios sobre as vendas de aeronaves de passageiros. O avião sofreu duas catástrofes, na Indonésia e na Etiópia.
No final de outubro, a Boeing tinha encomendas de 15.136 aviões da família 737. No mesmo período a Airbus havia assinado contratos para 15.193 aeronaves da família A320, segundo a mídia.
No entanto, não é apenas a Airbus que pode se beneficiar da queda nas vendas do fabricante americano. Esta situação aumenta as oportunidades para o MC-21 russo, que poderia competir com o Boeing 737 no futuro, diz Oleg Smirnov, piloto honorário da URSS e presidente da Fundação de Desenvolvimento de Infraestruturas do Transporte Aéreo da Rússia, em declarações ao diário Vzglyad.

Smirnov salienta que o uso extensivo de materiais compostos pode ajudar o MC-21 a tornar-se um verdadeiro concorrente da Boeing.
"Quanto ao conforto dos passageiros, o MC-21 até vence o Boeing porque será o mais largo da classe de aviões com fuselagem estreita", diz o especialista.
Segundo Smirnov, "haverá espaço para passageiros, cotovelos e joelhos" dentro da aeronave. Outra das vantagens é o consumo de combustível.
"Os modernos motores russos PD-14, que estão prestes a entrar em produção em série, são mais baratos que seus análogos da Boeing. Até agora, parece que tudo isso pode dar sérias vantagens competitivas."
Smirnov também observa que o MC-21 tem mais elementos de produção nacional, cerca de 80%, segundo os projetistas. Isso é uma muito menor participação de componentes ocidentais do que no SSJ 100 (Sukhoi Superjet).

No entanto, o ex-piloto assinala que neste momento estas são apenas suposições.
"O MC-21 ainda não está certificado [...] A certificação vai mostrar os números reais sobre o peso da aeronave, seu alcance de voo, velocidade, consumo de querosene e todos os outros parâmetros. Então será possível discutir suas vantagens e desvantagens", argumenta Smirnov.
É verdade que as condições para os fabricantes de aviões russos estão mais favoráveis, mas a distribuição de forças no mercado mundial não vai mudar drasticamente, acredita Vladimir Popov, vice-editor-chefe da revista Aviapanorama.
"A Boeing pode apanhar a Airbus em qualquer momento e recuperar as posições perdidas [...] Eles estão trabalhando, por isso não se pode dizer que estejam em um beco sem saída. Os aviões serão melhorados e os erros serão tidos em conta. A Boeing tem sido e continuará sendo uma referência para toda a indústria aeronáutica mundial", explica Popov.
No entanto, o nível geral do setor da aviação, especialmente da aviação civil, é quase o mesmo para todos os fabricantes, incluindo a Rússia.
"Em geral, todas as tecnologias são muito semelhantes. Isso se refere à aerodinâmica, motores e outros parâmetros. Aquilo em que estamos competindo é no comprimento das aeronaves, no conforto e nos níveis de ruído", conclui Popov.
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