Líder da oposição russa quer que Putin ponha fim ao tratado de amizade com a Ucrânia

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensLíder do Partido Liberal Democrata, Vladimir Zhirinovsky, na noite da contagem dos votos, em 18 de março de 2018
Líder do Partido Liberal Democrata, Vladimir Zhirinovsky, na noite da contagem dos votos, em 18 de março de 2018 - Sputnik Brasil
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O chefe do partido populista-nacionalista russo, o LDPR, pediu ao presidente Vladimir Putin que ponha fim ao tratado de amizade com a Ucrânia, já que o documento perdeu toda a sua urgência e não estava funcionando na prática de qualquer maneira.

"O presidente do LDPR, Vladimir Zhirinovsky, se dirigiu ao presidente russo, Vladimir Putin, com uma carta em que ele propôs enviar uma mensagem aos líderes ucranianos e informá-los de que o tratado de amizade entre a Rússia e este país não está mais em vigor", citou o serviço de imprensa do partido nesta quinta-feira.

Em sua carta, Zhirinovsky observou que o tratado de amizade com a Ucrânia entrou em vigor há quase 20 anos e que, durante esse período, muitas de suas partes se tornaram inúteis, enquanto algumas do resto são regularmente e descaradamente violadas pelo lado ucraniano.

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"Os parlamentares da bancada do LDPR precisam declarar que o tratado de amizade não está funcionando", diz o comunicado da sigla.

Além disso, Zhirinovsky recordou os acontecimentos de 2014, dizendo que na época o poder na Ucrânia era praticamente dominado por "portadores de ideologia radical" que provocavam distúrbios no território ucraniano e usavam as forças militares nacionais contra sua própria população e instigavam uma guerra real no sudeste do país. Zhirinovsky alegou que o objetivo final desses radicais era "a separação dos povos russo e ucraniano".

"Milhares de civis, a maioria deles russos étnicos, foram mortos nos 4 anos de combates na Ucrânia. A língua russa é proibida lá, os direitos dos falantes de russo são infringidos e eles chamam oficialmente a Rússia de 'nação agressora'. Assim, a política ucraniana contradiz não apenas o Tratado de Amizade, mas também os princípios geralmente aceitos do direito internacional", escreveu o presidente do LDPR.

Ele então lembrou que o tratado havia sido assinado por um período de 10 anos, com extensão automática subsequente para novos períodos de 10 anos à medida que o primeiro expira, e com uma única condição para término — o lado cessando o acordo deve informar o outro pelo menos seis meses antes do final do atual período de 10 anos.

"Tendo em mente que o Tratado de Amizade perdeu toda a sua urgência e não está sendo implementado, os MPs do LDPR pedem a vocês, caro Vladimir Vladimirovich, que inicie o término do Tratado de Amizade, Cooperação e Parceria entre a Federação Russa e a República da Ucrânia", concluiu Zhirinovsky.

O tratado inicial de amizade e cooperação entre a Rússia e a Ucrânia foi assinado em 1997 e prorrogado por mais uma década em 2008. As principais disposições do documento especificam que as partes concordam em cooperar em várias organizações internacionais e também em garantir igualdade de direitos e liberdades para os cidadãos de cada país.

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Em 2016, o alto funcionário do Partido Comunista da Federação Russa, Valery Rashkin, encaminhou um pedido para terminar o Tratado de Amizade com a Ucrânia para o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

O ministro respondeu que enquanto as atuais políticas anti-russas do governo ucraniano continuam sendo motivo de preocupação, a iniciativa de revogar o grande tratado de liberdade e cooperação foi considerada inoportuna e injustificada.

Lavrov acrescentou que diplomatas russos consideram importante o desenvolvimento de laços de amizade com a Ucrânia e que o cancelamento do tratado de amizade anteriormente assinado dificilmente contribuiria para resolver os numerosos problemas nas relações entre os dois países, que se acumularam desde o golpe que levou à instalação de um novo regime em Kiev.

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