'Escândalo da cocaína': chancelaria russa desmente principais rumores sobre o caso

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Cocaína, imagem referencial - Sputnik Brasil
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O caso dos 389 kg de cocaína encontrados na embaixada russa na Argentina continua sendo um dos temas mais discutidos na mídia em todo o mundo.

No entanto, apesar da própria embaixada e chancelaria russa terem comentado oficialmente o assunto e continuarem informando sobre o processo, algumas publicações continuam divulgando matérias ambíguas e até falsas.

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A lista com as afirmações falsas mais populares e publicamente divulgadas foi apresentada pelo Ministério do Exterior russo na sua página do Facebook. As afirmações são acompanhadas por comentários oficiais da chancelaria russa.

"Os narcóticos preparados para entrega aos mercados europeus foram encontrados pela parte argentina e apenas depois disso a parte russa se juntou à investigação". A chancelaria russa reitera que tudo aconteceu justamente ao contrário: foram os diplomatas da embaixada russa que denunciaram o achado à polícia argentina. Isto foi declarado repetidamente por ambas as partes.

"O secretário do Conselho de Segurança russo Nikolai Patrushev visitou Argentina para resolver a situação". Todas as visitas oficiais exigem planejamento e preparação muito sérios e a de Patrushev não foi exceção. Ela fora preparada com antecedência, levando em consideração o encontro com o presidente argentino, Mauricio Macri.

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"Estava planejado usar o correio diplomático para transportar drogas a Moscou". Tal abordagem da questão revela pouco conhecimento no que diz respeito ao funcionamento das entidades diplomáticas, destaca a chancelaria, sublinhando que o transporte de tal carga através dos canais diplomáticos é impossível.

Entre as versões que provocaram mais crítica por parte da chancelaria russa estão aquelas que relacionam os casos de morte de funcionários da chancelaria russa com cartéis de drogas. Por exemplo, os jornalistas mencionaram o nome de Pyotr Polshchikov, ex-funcionário do Departamento Latino-Americano do Ministério do Exterior russo. No entanto, a chancelaria russa lembra que a morte de Polshchikov foi resultado de um acidente que não teve nada a ver com o seu trabalho.

A edição 812'Online, por sua vez, publicou uma matéria em que sugere que os "ataques cardíacos dos diplomatas podem estar conectados com o 'caso de cocaína'". Para a chancelaria russa, com tais acusações infundadas, os autores da publicação não levam em consideração os sentimentos dos familiares dos diplomatas falecidas.

Também aparecem informações sobre alguém chamado Andrei Kovalchuk que alegadamente figura no caso e que conseguiu evitar a detenção, estando escondido na Alemanha. No que diz respeito a essa pessoa, a chancelaria russa sublinha que Andrei Kovalchuk nunca esteve ligado ao Ministério das Relações Exteriores russo.

Quanto ao peso das sustâncias narcóticas encontradas, também surgem números diferentes: de 362 a 389 kg. O jornal russo Rossiiskaya Gazeta duvida da veracidade destes números. A chancelaria russa destaca que, apesar das informações que circulam na Internet, o próprio Ministério russo nunca falou do peso exato das drogas encontradas.

O Ministério do Exterior russo também desmentiu a conclusão feita pelos autores de uma reportagem do canal Nastoyaschee Vremya, segundo a qual o mercado interno de drogas da Rússia é alegadamente controlado pela chancelaria e respectivos serviços de segurança.

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Na quinta-feira (22), a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, disse que as forças de segurança da Rússia e da Argentina frustraram o envio de 389 quilos de cocaína para Moscou. Várias pessoas foram detidas, incluindo um policial argentino e um cidadão russo. As malas com cocaína foram encontradas no território da missão diplomática russa na Argentina, tendo sido os diplomatas quem informou a polícia local sobre o achado. Em uma operação especial lançada pelas forças de segurança dos dois países, as drogas foram substituídas por farinha e os sacos foram equipados com rastreadores de GPS. O Ministério observou que o preço das drogas confiscadas poderia atingir R$199 milhões no mercado negro.

A investigação do caso está em curso e a chancelaria russa apelou à mídia e aos jornalistas para usarem apenas dados verificados ou confirmados por órgãos oficiais através de comunicados.

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