"Após o fim da Segunda Guerra Mundial, eu, sendo agente da Inteligência britânica, fui um dos maiores adversários da Rússia, minha atual pátria. Logo depois, na minha biografia ocorreu a terrível Guerra da Coreia. Eu a vi de frente, incluindo corpos de civis deste país que sofreram muito, mortos pela máquina militar norte-americana. Desde então, percebi que tais conflitos levam perigo mortal para toda a humanidade, e tomei a decisão mais importante da minha vida, comecei a colaborar com a Inteligência soviética a fim de proteger a paz mundial", escreve o ex-agente.

Blake apelou a seus colegas do serviço, pincipalmente aos funcionários mais jovens.
"Perante vocês, há uma missão difícil que exige imensa responsabilidade: salvar o mundo em uma situação, que o perigo de guerra nuclear associada à autodestruição da humanidade, é novamente colocado na programação por políticos irresponsáveis. Quando o terrorismo se ergueu e vem deixando suas marcas por vários cantos de nosso planeta. A verdadeira guerra entre o Bem e o Mal está em curso", assinalou o agente legendário.
"Acredito em vocês e em seu profissionalismo, que servem honestamente à nossa causa comum. Acredito em vitória final sobre o inimigo infame. Esta fé me dá forças vitais", acrescentou Blake.Ele agradeceu a chefia do SVR, seus colegas pela "amizade longa e fiel, carinho, atenção e compreensão".
"A Rússia virou minha segunda Pátria. Os russos têm uma expressão ótima que a 'paz esteja com você'. Eu gostaria muito que a paz esteja comigo, aliás, conosco", escreve o agente.
Blake recebeu também parabéns por parte do diretor do SVR, que frisou suas grandes qualidades como um agente, e como uma pessoa ordinária.
Legenda do serviço de inteligência
Depois da trégua ter sido assinada em 1953 na Coreia, Blake regressou a Londres e continuou trabalhando na sede do SIS. Foi responsável pela espionagem secreta no exterior. Blake entregava as revisões de inteligência do Ministério Militar do Reino Unido e os dados sobre conhecimento que os britânicos e norte-americanos tinham sobre os segredos militares da União Soviética.
Em dezembro de 1963, SIS e CIA norte-americana resolveram iniciar as construções de um túnel até as linhas de comunicações das tropas soviéticas na Alemanha. Blake entregou estas informações à União Soviética, fazendo com que em 1956 os serviços de inteligência russos realizassem uma operação "por acaso" descobrindo o túnel em Berlim, o que por sua vez, tinha um efeito político significante.Devido à traição de um funcionário dos serviços da Inteligência polonesa que comunicou à CIA informações sobre o agente soviético dentro do SIS, em 1961 Blake que estava em Beirute em mais uma operação secreta, foi instruído a retornar a Londres para "mais uma missão". Na sede do SIS, ele foi interrogado, depois processado. O juiz condenou o agente a 42 anos de prisão. Após quatro anos de prisão, foi organizada a fuga de Blake que com ajuda de seus amigos, conseguiu chegar a Moscou em 1955, onde mora até este momento.
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