'Não fora isso, Rússia não teria consentido que dirigente da ONU fosse membro da OTAN'

© AFP 2023 / KENA BETANCURAntónio Guterres, candidato ao Secretário-Geral da ONU, fala na sede da ONU, Nova York, EUA, abril de 2016 (foto de arquivo)
António Guterres, candidato ao Secretário-Geral da ONU, fala na sede da ONU, Nova York, EUA, abril de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Vladislav Jovanovic, ex-representante permanente sérvio na ONU, disse que está muito surpreendido com o fato de que António Guterres se tornou o favorito na eleição do secretário-geral da ONU.

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O diplomata disse à Sputnik Sérvia que está seguro que a Rússia e os EUA conseguiram atingir um compromisso porque, se não fosse isso, a Rússia não teria concordado com um candidato de um país-membro da OTAN.

"Não sabemos o que recebeu em resposta. É possível que em troca desta decisão a Rússia tenha recebido uma outra concessão. Não creio que Moscou simplesmente tenha concordado com uma escolha pouco favorável para o país, ou seja,  que o secretário-geral [da ONU] seja uma pessoa que representa um país do mesmo bloco que os EUA. Pensava que a Rússia votasse por uma candidata da Bulgária. Além de que Guterres não é da Europa de Leste [a Rússia apoiava a ideia de escolher o novo Secretário-Geral da ONU desta região – red.], ele também é de um dos países-membros mais antigos da OTAN".

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Jovanovic afirmou que Guterres, na sua opinião, no cargo do secretário-geral da ONU, não vai opor-se à posição dos EUA e as forças ocidentais em geral.

"Podemos esperar que expresse desacordo se algum outro país manifestar falta de firmeza de princípios, mas, como representa um país da Aliança, é obrigado a seguir a política deste bloco. Com certeza, não fará isso em público <…>, mas não devemos esperar que o novo secretário-geral seja  contra quaisquer ações da OTAN, mesmo se estas não corresponderem a resoluções da ONU", disse o diplomata sérvio, lembrando que, em 1999, a Aliança iniciou os bombardeamentos da Jugoslávia sem a autorização da ONU.

Ontem (5), na sexta e última votação dos candidatos a secretário-geral da ONU, António Guterrres, ex-primeiro-ministro de Portugal, recebeu nove votos de apoio necessários com nenhum voto contra entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A última votação decisiva será realizada hoje (6) na reunião do Conselho de Segurança, depois da qual o órgão recomendará o candidato escolhido à votação na Assembleia Geral da ONU.

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