Rússia e EUA condenados a cooperar na região da Ásia-Pacífico

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Apesar das grandes diferenças nas abordagens e avaliações de uma série de questões da agenda internacional entre a Rússia e os EUA, existem pontos de convergência para o desenvolvimento de uma colaboração e de cooperação na região da Ásia-Pacífico.

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Esta cooperação afetaria de modo favorável tanto as relações bilaterais, como a segurança regional e global. A essa conclusão chegaram os autores do relatório "EUA e Rússia na região da Ásia-Pacífico". O relatório foi preparado por especialistas russos do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais e por funcionários do Instituto das Pesquisas Estratégicas dos EUA. Este relatório esteve sendo preparado durante dois anos e foi apresentado na quarta-feira(28) em Moscou.

"Começámos o nosso projeto em 2013, quando as relações russo-americanas eram más, mas muito melhores do que são hoje", explicou Samuel Charap, pesquisador do instituto americano.

"Os EUA e a Rússia são potências do Pacífico e jogadores chave nos processos diplomáticos e nos formatos multilaterais. Ambos os países apostam na Ásia-Pacífico como na região mais importante de ponto de vista da prosperidade econômica e da segurança, especialmente no futuro. Em nossa opinião, se compararmos a Ásia-Pacífico com a região Euro-Atlântica ou com o Oriente Médio, veremos que EUA e Rússia têm muito mais interesses comuns do que divergências", disse Charap.

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Há muitos destes "pontos de encontro": a garantia da liberdade de navegação, a segurança marítima, a não proliferação de armas nucleares e a prevenção de conflitos militares. Também a coordenação de esforços para resolver a questão nuclear norte-coreana, segundo a qual a posição russa e a americana são iguais. É também a criação de uma base comum para a construção de confiança para resolver disputas territoriais na região. É a remoção de barreiras para a integração econômica e a harmonização de relações entre as uniões económicas bilaterais e multilaterais já existentes na região.

De acordo com o vice-diretor do instituto russo, Vasily Mikheev, quaisquer projetos multilaterais visam liberalizar o comércio e os investimentos, e também o aprofundamento da integração econômica na Ásia-Pacífico exige a atenção por parte da Rússia para perceber os cenários do futuro desenvolvimento.

"Um aspeto muito importante é que a Rússia tenta diversificar seus parceiros e as linhas de cooperação na Ásia-Pacífico para uma estratégia de desenvolvimento das regiões da Sibéria e do Extremo Oriente russo."

A Rússia não se limita a cooperar na região apenas com a China, ela "não fecha as portas a cooperações bilaterais ou multilaterais, se isto corresponder a seus interesses nacionais", frisou o especialista.

Para a Rússia, do ponto de vista dos interesses nacionais, é muito importante, em particular, a cooperação econômica com o Japão. A partir de agora, como disse o primeiro-ministro Abe, o Japão tem intenção de desenvolver a cooperação económica com a Rússia, não esperando um avanço no problema "dos territórios do norte".

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Em uma entrevista à Sputnik Japão, Samuel Charap disse que os EUA não estão contra a aproximação nas relações russo-japonesas:

"Chamo a vossa atenção para a mensagem da Kyodo, depois de uma reunião de Biden com Abe, onde se disse que os Estados Unidos saúdam as negociações para a normalização das relações entre a Rússia e o Japão. Vamos ver como isso vai acabar, mas, em qualquer caso, tanto a Rússia, como o Japão são dois estados independentes, que atuam sem olhar para outros países na construção das relações bilaterais políticas e econômicas."

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