Relatório diz que EUA não têm planos de remover sua 'pegada' militar na Síria

© AFP 2023 / Delil SouleimanSoldado dos EUA perto de mulher e criança durante patrulha militar em Rumeilan, província de Al-Hasakah, Síria, 22 de junho de 2021
Soldado dos EUA perto de mulher e criança durante patrulha militar em Rumeilan, província de Al-Hasakah, Síria, 22 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 28.07.2021
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Washington anunciou que não tem planos de retirar as forças dos EUA inseridas ilegalmente na Síria justificando as ameaças terroristas. Um funcionário do governo disse que há cerca de 900 soldados no país no momento.

Os Estados Unidos e seus aliados curdos sírios assumiram o controle de grandes áreas do leste da Síria em 2017. A área contém a grande maioria das reservas de petróleo e gás do país, bem como as principais regiões produtoras de alimentos. Damasco exigiu repetidamente que todas as forças estrangeiras não explicitamente convidadas para o país pelo governo sírio saíssem.

A Casa Branca não tem planos de retirar as forças dos EUA estacionadas ilegalmente na Síria devido à ameaça representada pelo Daesh (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países), governo e oficiais militares disseram ao Politico.

"Na Síria, estamos apoiando as Forças Democráticas da Síria [FDS, na sigla em inglês] em sua luta contra o Daesh. Isso foi muito bem sucedido e é algo que continuaremos", acrescentou o funcionário, referindo-se às FDS.

Um oficial de defesa disse que os EUA não realizam patrulhas de combate na Síria "há mais de um ano", com tropas americanas que estariam fornecendo "apoio de longe", inclusive por meio de apoio aéreo, e "não chutando portas, apreendendo, o inimigo, etc". O funcionário do governo disse que há cerca de 900 soldados na Síria no momento.

'Pegada' dos EUA

Os planos relatados para manter a pegada militar ilegal dos EUA na Síria surgem em meio à contínua retirada de Washington do Afeganistão e à promessa recentemente acordada de remover as tropas de combate do Iraque.

Na semana passada, os militares russos relataram que áreas do leste da Síria sob o controle da coalizão liderada pelos EUA testemunharam um aumento na atividade de grupos radicais. Esses grupos estariam atacando alvos da coalizão em campos de petróleo e gás.

© AFP 2023 / Delil SouleimanComboio dos EUA patrulha na província de Hasakah, no nordeste da Síria (foto de arquivo)
Relatório diz que EUA não têm planos de remover sua 'pegada' militar na Síria - Sputnik Brasil, 1920, 28.07.2021
Comboio dos EUA patrulha na província de Hasakah, no nordeste da Síria (foto de arquivo)

Em 10 de julho, um oficial de defesa dos EUA confirmou à Sputnik que as forças norte-americanas no campo de gás Conoco haviam sofrido um "ataque de fogo indireto" e que nenhum ferido foi relatado. A área teria sido atingida por pelo menos quatro mísseis. Um dia depois, a mídia síria relatou que uma base militar dos EUA perto do campo de petróleo de Omar - a maior fonte de petróleo bruto da Síria, havia sido atacada. As forças dos EUA não comentaram o incidente.

Durante a ocupação do leste da Síria, que começou em 2017 depois que as forças dos EUA entraram no país para lutar contra o Daesh, Washington se envolveu na pilhagem generalizada de recursos petrolíferos e alimentares da Síria, privando a nação do Oriente Médio de energia e segurança alimentar. Os EUA privaram também Damasco de fontes de renda para a reconstrução, após a guerra civil de uma década, apoiada por forças estrangeiras.

Reportagens da mídia síria mostram as atividades de contrabando de alimentos e petróleo efetuadas pela coalizão dos EUA em uma base semanal e às vezes diária, com dezenas de caminhões-tanque, reboques e outros veículos carregados com grãos sendo retirados do país. Estimativas da Síria que a coalizão dos EUA controla até 90% de seus recursos petrolíferos.

Ao contrário de seu antecessor Donald Trump, que se gabou abertamente de "tomar" e "manter" o petróleo da Síria, o presidente Joe Biden e outros membros de seu governo enquadraram a ocupação dos EUA no leste da Síria como uma questão de "combater o terrorismo" e prevenir o ressurgimento de Daesh.

Autoridades sírias e seus aliados acusaram repetidamente os EUA de cooperar ativamente com o Daesh. Em 2018, dois anos antes de ser morto em um ataque de drones dos EUA em Bagdá, o comandante da Força Quds iraniana, Qassem Soleimani, pediu aos diplomatas iranianos que "batessem no rosto do Ocidente" com a prova da cooperação EUA-Daesh nas Nações Unidas, apontando para o movimento suspeito de helicópteros e aviões de transporte dos EUA dentro e fora dos territórios controlados pelos terroristas.

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