Retirada precipitada dos EUA faz províncias do norte do Afeganistão virarem nova zona de combates

© REUTERS / Mohammad IsmailSoldados do Afeganistão de guarda no portão da base aérea dos EUA de Bagram, no dia em que as últimas tropas norte-americanas a desocuparam, província de Parwan, Afeganistão, 2 de julho de 2021
Soldados do Afeganistão de guarda no portão da base aérea dos EUA de Bagram, no dia em que as últimas tropas norte-americanas a desocuparam, província de Parwan, Afeganistão, 2 de julho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 22.07.2021
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As províncias do norte do Afeganistão, que antes eram calmas, estão rapidamente se tornando áreas de combates em consequência da retirada precipitada dos EUA, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Como resultado da retirada precipitada das tropas dos EUA do país, as províncias do norte do Afeganistão estão rapidamente se transformando em uma área de combates. O Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países), bem como outros grupos similares, já controlam quase toda a região fronteiriça.

"Como resultado da retirada precipitada das tropas dos EUA e de diversos países da OTAN do Afeganistão, as províncias do norte, que antes eram relativamente tranquilas, estão se transformando em uma área de combates rapidamente. O Talibã controla quase toda a fronteira com o Tadjiquistão. Diversas organizações terroristas internacionais, particularmente o Estado Islâmico, estão fortalecendo suas posições", afirmou Andrei Rudenko, vice-ministro do MRE russo.

De acordo com Rudenko, combatentes terroristas estrangeiros oriundos das zonas de guerra do Oriente Médio e do Norte da África estão se concentrando no Afeganistão.

"O processo de recrutamento da população da Ásia Central para integrar estas organizações está em curso. A produção de drogas atingiu níveis recordes", observou.

O diplomata russo também falou sobre a ameaça que a degradação da situação no Afeganistão representa para a Ásia Central.

"Compartilhamos as preocupações de nossos vizinhos da região. A importância de um trabalho conjunto coordenado para reduzir o impacto negativo destes riscos na segurança de nossos países foi assinalada, em particular, na quarta reunião dos ministros das Relações Exteriores da Rússia e dos países da Ásia Central em Tashkent, em 16 de julho, e na Declaração Conjunta adotada após a reunião", afirmou Rudenko.

À medida que as tropas dos EUA e de outros países-membros da coalizão liderada pela OTAN continuam sua retirada do Afeganistão, onde estiveram presentes ao longo de duas décadas, os talibãs seguem conquistando o território em sua ofensiva contra as forças governamentais.

Os mujahideen afirmaram controlar 85% do território do Afeganistão, apesar de as autoridades do país negarem.

O presidente dos EUA, Joe Biden, reconheceu em julho que, no aspecto militar, os talibãs estão em seu momento mais forte desde 2001, e anunciou que a retirada das tropas norte-americanas, que começou em maio, será concluída até 31 de agosto, 11 dias antes da data limite prevista inicialmente.

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