Até EUA obterem 'posição dominante' perante Irã, conflito continuará, afirma ex-funcionário da CIA

© REUTERS / Thaier Al-SudaniCartaz comemorando o primeiro aniversário das mortes, por ataque aéreo dos EUA, do general e comandante militar iraniano Qassem Soleimani, à direita, e de Abu Mahdi al-Muhandis, subcomandante das Unidades de Mobilização Popular do Iraque (PMU, na sigla em inglês), em Bagdá, Iraque, 3 de janeiro de 2021
Cartaz comemorando o primeiro aniversário das mortes, por ataque aéreo dos EUA, do general e comandante militar iraniano Qassem Soleimani, à direita, e de Abu Mahdi al-Muhandis, subcomandante das Unidades de Mobilização Popular do Iraque (PMU, na sigla em inglês), em Bagdá, Iraque, 3 de janeiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2021
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A administração norte-americana está negociando a reentrada no acordo nuclear iraniano de 2015, que foi unilateralmente abandonado por Washington em maio de 2018.

Daniel Hoffman, ex-funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, manifestou no domingo (4), durante entrevista à emissora Fox News, preocupação com as conversações nucleares em andamento entre os EUA e o Irã, advertindo que a diplomacia pode falhar dada a atual posição do governo do presidente norte-americano Joe Biden sobre o assunto.

"[...] Estamos em uma situação de desconfiança e verificação com o Irã. E lembre-se que dois dos países que estão negociando em nosso nome neste momento para este novo acordo são a China e a Rússia, dois países que realmente não têm em mente nossos melhores interesses", disse Hoffman à mídia.

O ex-funcionário da CIA acusou o Irã de esconder elementos de seu programa nuclear, com os quais, argumenta Washington, visa obter uma arma atômica. Teerã, no entanto, insiste que é apenas para fins pacíficos.

"Acho que vamos continuar vendo estes ataques de olho por olho novamente até estabelecermos algum tipo de posição dominante nesta relação com o Irã. E isso tem que acontecer concomitantemente com quaisquer negociações diplomáticas que estejam ocorrendo. Se não formos fortes contra o Irã, não haverá oportunidade de diplomacia", sublinhou.

Relações Irã-EUA

Dias antes, o Irã rejeitou as acusações dos EUA de que Teerã teve um papel nos ataques contra as bases militares norte-americanas no Iraque no final de junho, que foram seguidos por ataques de retaliação norte-americanas às instalações dos grupos militantes Kata'ib Hezbollah e Kata'ib Sayyid al-Shuhada. Washington afirma que eles são apoiados pelo Irã, na região de fronteira entre Síria e Iraque.

A administração de Biden sinalizou repetidamente sua prontidão para reentrar no Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), e que é o Irã que deve ser o primeiro a cumprir o acordo. A República Islâmica, por sua vez, recentemente suavizou sua própria posição sobre o desmantelamento das sanções norte-americanas, substituindo o texto exigindo que "todas as sanções" sejam removidas por frases indicando que todas as sanções introduzidas depois que o acordo com o Irã foi assinado sejam eliminadas.

No entanto, incidentes com usinas nucleares iranianas têm continuado em 2021, e recentemente o domínio internacional do site oficial da agência iraniana PressTV foi bloqueado por autoridades norte-americanas, apesar de seguir disponível com o domínio iraniano.

As conversações para trazer Washington e Teerã de volta ao cumprimento do acordo nuclear iraniano de 2015, que foi unilateralmente abandonado pela Casa Branca em 2018, estão decorrendo em Viena, Áustria. As negociações estão sendo conduzidas por representantes da Rússia, China, Reino Unido, França, Irã e Alemanha, todos subscritores do JCPOA.

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