As Forças Especiais norte-americanas começaram nesta semana a treinar militares moçambicanos a combater uma insurgência terrorista que tem persistido na região nordeste da nação africana e que os Estados Unidos acreditam estar ligada ao Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países), escreveu o jornal The New York Times.
A insurgência terrorista na nação africana já ocasionou pelo menos duas mil mortes e outros 670 mil refugiados, em uma zona perto de uma das maiores reservas de gás natural do mundo.
A guerra em Moçambique é parte de uma expansão alarmante de insurgências que, alegadamente, estaria ligada ao Daesh, e que está acontecendo por várias partes da África. No ano passado, militantes se apoderaram de parte do território da província de Cabo Delgado, incluindo um porto naval no oceano Índico, e decapitaram centenas de civis, conforme reportam grupos de direitos humanos.

Na semana passada, os EUA designaram, formalmente, o grupo localmente conhecido como Al-Sunna wa Jama'a como entidade terrorista global, impondo sanções ao seu líder, chamado pelos oficiais americanos de Abu Yasir Hassan. Porém, ainda é incerta a natureza das relações entre este grupo e o Daesh na Síria e no Iraque, bem como com outros grupos no continente africano.
O programa dos EUA para combater este grupo é modesto em tamanho e extensão, sendo composto por apenas uma dúzia de boinas verdes que devem treinar os fuzileiros de Moçambique durante os próximos dois meses, de acordo com a mídia americana.
Um oficial sênior do Departamento de Estado dos EUA teria dito, sob anonimato, que este programa de treinamento militar poderia levar a um apoio mais ambicioso por parte de Washington a Moçambique. Adicionalmente, os Estados Unidos tencionam prestar assistência na área da inteligência à nação africana.

No entanto, alguns especialistas regionais pensam que grupos como o Al-Sunna wa Jama'a poderiam estar apenas usando o Daesh para criar medo e atrair financiamento. Além disso, publicações do Daesh em suas plataformas não se referem a operações em Moçambique desde setembro do ano passado.
Por outro lado, há ainda a preocupação de, ao denominarem o grupo em causa como entidade terrorista global com possíveis ligações ao Daesh, os Estados Unidos poderiam ter comprometido futuras possibilidades de negociação com o mesmo ou relacionados.
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