Kamalvandi também reportou nesta quinta-feira (28) que o Irã enriquece urânio usando 100% de tecnologias nacionais, adicionando, "não ser apenas o enriquecimento. Nós alcançamos muitas coisas no campo da radiofármacos e produção de urânio".
O anúncio, publicado pela agência Mehr, ocorre após Kamalvandi apontar que Irã produziu seu primeiro hexafluoreto de urânio (UF6) desde o reinício do enriquecimento, para um nível de pureza de 20%.
Considerando a experiência de enriquecimento anterior no complexo nuclear de Fordow, a nova linha de produção para enriquecer o urânio a 20% foi preparada rapidamente, apontou o porta-voz.
Kamalvandi também assinalou que o Irã está pronto para enriquecer o nível de pureza do urânio além de 20% em um futuro próximo.
Ali Akbar Salehi, o responsável pelo programa nuclear iraniano, adicionou que "o processo de injeção de gás [dentro das centrífugas] foi iniciado após ser anunciado à Agência Internacional de Energia Atômica [AIEA]".
"Nossas ações corretivas estão totalmente em conformidade com o parágrafo 36 do JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global], após anos de descumprimento por diversos outros participantes do JCPOA. Nossas medidas são totalmente reversíveis após todos cumprirem", enfatizou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif.
Em 4 de janeiro de 2021, Teerã anunciou que aumentaria o enriquecimento de urânio para 20%, nível anterior à assinatura do JCPOA, que fixava o percentual máximo deste indicador em 3,67%.
Em 2018, a administração norte-americana de Donald Trump anunciou sua saída unilateral do JCPOA, alegando violação do acordo nuclear por parte do Irã, apesar de inspeções internacionais confirmarem cumprimento iraniano, e retorno da política de "pressão máxima" contra a nação persa. Isso levou Teerã a aumentar gradualmente a produção de urânio enriquecido.
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden indicou que Washington estaria disposto a retornar ao acordo, com o Irã insistindo que a Casa Branca deveria primeiramente cancelar as sanções.