A República Centro-Africana vai às eleições da Assembleia Nacional no domingo (27), mas precisa de estabilidade política para efetuar as devidas reformas econômicas e sociais, relatou Mahamat Kamoun, antigo primeiro-ministro (2014-2016) e um dos 17 candidatos à presidência do país, em entrevista à Sputnik.
Acima de tudo o país africano precisa de eleições justas e livres, de forma a evitar que ocorra uma "mobilização geral" com faltas ao trabalho e greves, o que ajudaria a perpetuar a situação caótica na República Centro-Africana, na qual as milícias controlam dois terços do território e têm grande influência sobre os políticos, apesar de um acordo de paz feito com Bangui com intermediação do Sudão em fevereiro de 2019, refere.
O falhanço é resultado não só das ações do governo, mas também da missão da ONU, composta por uma força de 14.000 membros e que atua no país desde 2014, que teve recentemente de afastar uma ofensiva à capital e grandes cidades ainda sob controle do poder central, informou.
Essa situação, diz, também é problemática por os rebeldes deterem os campos de diamante necessários para reentrar no mercado global.
O país precisa de reformar a defesa com sua integração no Exército Nacional do país. "Aqueles que não sejam elegíveis a este programa serão acompanhados em sua reintegração à vida social", sugere.
Cooperação com o exterior
Independentemente de quem vencer as eleições de domingo (27) na República Centro-Africana, o país terá cooperação com Moscou, disse Mahamat Kamoun, que participa da corrida ao poder no país.
"Nossos parceiros russos não devem pensar que neste país, além do presidente [Faustin-Archange] Touadéra, todos os outros políticos expulsarão os russos. Não. É uma relação de Estado a Estado [...] Se é para treinar nossas forças militares, se é para equipá-las, é uma coisa boa", comentou o candidato à presidência e antigo primeiro-ministro (2014-2016), que tem promovido laços de segurança com a Rússia.
Segundo disse, o país africano deve muito à União Soviética, particularmente no uso do fuzil de assalto Kalashnikov, "que o Exército da República Centro-Africana vem utilizando há 40, 50 anos [...] Nós não usamos as armas francesas aqui", conta.
Isso, no entanto, não significa que a República Centro-Africana não vá cooperar com países como EUA, França, China e Egito.
"Há aqui manipulações demais com os meios de comunicação aqui. Não queremos ser um campo de batalha entre as potências, entre a França e a Rússia, a Rússia e os EUA. Queremos cooperar com todos, há lugar para todos", argumentou Kamoun.
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