Irã: administração Trump falhou e 'países infames' do Oriente Médio 'gastaram sua dignidade e honra'

© Foto / Pixabay / mostafa_merajiBandeira do Irã (imagem referencial)
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Saeed Khatibzadeh, porta-voz da chancelaria iraniana, criticou a "traição de alguns governantes árabes", que teria permitido a visita do secretário de Estado dos EUA à Cisjordânia e Colinas de Golã.

A viagem do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo a países do Oriente Médio, entre outros, se assemelha a uma viagem de despedida para cumprir políticas regionais fracassadas de Washington e sinaliza que a "janela de oportunidade" para aliados regionais está sendo fechada, afirmou em uma coletiva de imprensa no domingo (22) Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.

"Alguns países", disse, citado pela agência Tasnim, abriram uma "janela para todos os problemas que eles criaram desgraçadamente para si mesmos", acrescentando que "três ou quatro países infames que estão isolados entre seu próprio povo" enfrentarão problemas no futuro.

"Infelizmente, alguns governantes de países da região gastaram toda sua dignidade e honra em pessoas que o povo americano votou para saírem", sugeriu Khatibzadeh, em referência a Pompeo e à administração Trump.

O porta-voz enfatizou que "quanto mais cedo esses países voltarem à cooperação regional, melhor".

Khatibzadeh também atacou Pompeo por sua visita demonstrativa aos territórios ocupados por Israel na Cisjordânia e nas Colinas de Golã da Síria durante sua viagem israelense, sugerindo que ele nunca teria sido capaz de o fazer "se não fosse pela traição de alguns governantes árabes".

"A desumanidade do atual regime na Casa Branca e a traição de alguns governantes da região são dois lados da mesma moeda, e aqueles que criaram esta atmosfera devem ser responsabilizados", disse o porta-voz.

Além disso, uma fonte do governo sírio chamou, em declarações à agência Tasnim, a visita de Pompeo ao território ocupado como "provocação", criticando duramente Israel por suas repetidas "agressões" recentes contra Damasco.

© REUTERS / Patrick SemanskyMike Pompeo, ex-secretário de Estado dos EUA, fala ao lado de Gabi Ashkenazi, ministro das Relações Exteriores de Israel, nas Colinas de Golã, 19 de novembro de 2020
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Mike Pompeo, ex-secretário de Estado dos EUA, fala ao lado de Gabi Ashkenazi, ministro das Relações Exteriores de Israel, nas Colinas de Golã, 19 de novembro de 2020

A fonte apontou a viagem de Pompeo como violação da Resolução 497 do Conselho de Segurança da ONU, que declarou a anexação das Colinas de Golã por Israel em 1981 como "nula e sem efeito legal internacional".

Acordos de Abraão

Em março de 2019, a administração Trump reconheceu a "soberania" israelense sobre as Colinas de Golã ocupadas e, em janeiro de 2020, aprovou provisoriamente a ocupação de territórios palestinos internacionalmente reconhecidos na Cisjordânia por colonos israelenses.

A administração Trump facilitou um acordo de paz, conhecido como Acordos de Abraão, entre Israel, os EAU e Bahrein em setembro, tendo o acordo tornado Abu Dhabi e Manama o terceiro e quarto países árabes, e os primeiros na região do golfo Pérsico, a estabelecer laços diplomáticos com Israel, depois do Egito em 1979 e Jordânia em 1994.

Um mês depois, Sudão aprovou um acordo semelhante em troca do compromisso dos EUA de retirar Cartum de sua lista de Estados patrocinadores do terrorismo.

O Irã se juntou à Autoridade Palestina na condenação dos EAU, Bahrein e Sudão por causa dos tratados, chamando a decisão de Abu Dhabi de "enorme erro" e "estupidez histórica condenada ao fracasso", avisando a família real do Bahrein que "deveria esperar vingança dura" dos combatentes islâmicos que planejam "libertar Jerusalém".

Quanto ao acordo Sudão-Israel, Teerã acusou Cartum de pagar "um resgate" para ser retirado de uma lista que a considerava de Estado patrocinador do terrorismo.

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