Polícia reprime com bombas de gás protestos antigovernamentais em Angola (FOTOS, VÍDEOS)

© Folhapress / Eduardo KnappSoldados angolanos
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A tropa de choque da polícia angolana reprimiu com violência e bombas de gás lacrimogênio os manifestantes que tomaram as ruas de Luanda neste sábado (24) em protestos contra o governo.

Segundo o testemunho de um fotógrafo da agência de notícias AFP, os manifestantes montaram barricadas com caçambas de lixo, pedras e pneus queimados ao longo das ruas, enquanto outros queimavam a bandeira nacional.

Uma delegacia de polícia também foi incendiada em um bairro na periferia de Luanda, informou uma fonte policial à AFP.

A fonte, que pediu o anonimato, disse à agência que a manifestação, que exigia a realização de eleições locais, "resultou em barricadas e atos de vandalismo". 

As eleições municipais estavam agendadas para ocorrer este ano, mas acabaram adiadas devido à pandemia de coronavírus.

"Foi um grande tumulto, uma flagrante violação [das restrições impostas pela pandemia], que não permitem a aglomeração de mais de cinco pessoas" disse a fonte, que acrescentou que "as pessoas devem ouvir a voz daqueles que governam".

As novas medidas restritivas começaram na noite de ontem (23) e foram anunciadas pelo governo em uma tentativa de limitar a expansão da COVID-19 no país, que viu um aumento de 30% nos casos nas últimas duas semanas.

A fonte policial também comentou que alguns de seus colegas foram atacados e feridos durante os protestos. 

Os protestos foram convocados por grupos da sociedade civil que, além de exigir a realização de eleições, também demandavam a geração de empregos e melhores condições de vida. 

O partido opositor Unita, que apoiou os protestos, denunciou que seu secretário provincial em Luanda, Manuel Ekuikui, foi atacado pela polícia.

"O comportamento mostrado pelo regime mostra claramente que Angola é um Estado que não é democrático nem de direito" disse o porta-voz da Unita, Marcial Dachala, à AFP.

Dachala acrescentou que o ato de demandar uma data para as eleições, uma melhora nas condições de vida e o combate à corrupção "jamais deveria ser respondido com balas e gás lacrimogênio".

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