O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Said Khatibzade, advertiu no sábado (3) as partes do conflito de Nagorno-Karabakh para evitarem a violação das fronteiras do Irã, relata a agência Tasnim.
"A República Islâmica do Irã está acompanhando de perto e com muita cautela os movimentos próximo de seus territórios fronteiriços", disse ele aos repórteres, em resposta à pergunta sobre possíveis violações da fronteira iraniana durante os confrontos entre a Armênia e o Azerbaijão.
O porta-voz enfatizou que qualquer violação das fronteiras iranianas seria "inadmissível".
"Advertimos seriamente todas as partes a tomarem todas as medidas de precaução necessárias a este respeito", acrescentou.
Khatibzade também apelou ao respeito da integridade territorial do Azerbaijão, de forma a observar o princípio de proteção da população civil, parando os confrontos e iniciando negociações sérias e programadas. Disse ainda que Teerã está disposto a ajudar a alcançar esses objetivos.
A agência cita relatos de oficiais iranianos sobre mísseis atingindo a província iraniana do Azerbaijão Oriental, tendo caído em um vilarejo no condado de Khoda Afrin e ferido uma criança de seis anos.
Na quinta-feira (1º) a república não reconhecida de Nagorno-Karabakh relatou a queda de um helicóptero azeri no Irã, depois que foi atingido na seção sul da linha de contato entre a Armênia e o Azerbaijão.
Guerra no Cáucaso
O conflito em Nagorno-Karabakh começou em fevereiro de 1988, quando a Região Autônoma de Nagorno-Karabakh anunciou sua separação da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
Baku perdeu o controle sobre Nagorno-Karabakh e sete distritos vizinhos entre 1992 e 1994 como resultado do confronto armado. Desde 1992, as negociações para a solução pacífica do conflito têm sido conduzidas pelo Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, liderado por três países: Rússia, EUA e França.
Erevan e Baku se acusaram mutuamente de violar o cessar-fogo de 1994 e causar vítimas civis. Em meio ao reinício do conflito na região, os chefes de Estado russo, norte-americano e francês instaram as partes a retomar as negociações e exigiram o fim das hostilidades.