'Solução de 2 Estados': Bahrein frustra EUA e se opõe a normalizar relações com Israel

© REUTERS / Agência de Notícias do BahreinSecretário de Estado norte-americano Mike Pompeo é recebido pelo príncipe Salman bin Hamad Al Khalifa em Manama, no Bahrein
Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo é recebido pelo príncipe Salman bin Hamad Al Khalifa em Manama, no Bahrein - Sputnik Brasil
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Bahrein disse nesta quarta-feira (26) que está comprometido com a criação de um Estado palestino nas negociações com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, rejeitando implicitamente a pressão para que os países árabes normalizem os laços com Israel.

O rei de Bahrein, Hamad bin Isa Al-Khalifa, informou que disse a Pompeo que seu país continua comprometido com a Iniciativa de Paz Árabe - que pede a retirada completa de Israel dos territórios palestinos ocupados depois de 1967, em troca da paz e da normalização total das relações.

"O rei enfatizou a importância de intensificar os esforços para encerrar o conflito palestino-israelense de acordo com a solução de dois Estados [...] para o estabelecimento de um Estado palestino independente com Jerusalém oriental como sua capital", informou a Agência de Notícias de Bahrein.

Pompeo esteve em Manama como parte de uma viagem ao Oriente Médio com o objetivo de estabelecer mais laços entre Israel e o mundo árabe depois de um acordo mediado pelos EUA com os Emirados Árabes Unidos.

O diplomata-chefe dos EUA afirmou estar esperançoso de que outras nações sigam os Emirados Árabes Unidos, que no início deste mês se tornou apenas o terceiro país árabe a concordar em estabelecer relações com o Estado judeu. A primeira parada do secretário Pompeo foi em Bahrein.

​Feliz em pousar no golfo [Pérsico] hoje [25 de agosto], com Bahrein sendo minha primeira parada. Nós precisamos da unidade do golfo [Pérsico] mais do que nunca para combater Irã e desenvolver paz e segurança duradouras. Os Acordos de Abraão mostram que a paz é alcançável. Aproveitar o momento é vital

No entanto, o governo de transição do Sudão frustrou na terça-feira (25) as esperanças de um avanço rápido, dizendo que "não tem mandato" para dar um passo tão importante.

© Foto / Ministério das Relações Exteriores de IsraelMinistro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, e seu homólogo de Bahrein Khalid bin Ahmed al Khalifa
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Ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, e seu homólogo de Bahrein Khalid bin Ahmed al Khalifa

Por sua vez, Bahrein ecoou os sentimentos de seu aliado de peso regional, a Arábia Saudita, de que um acordo com Israel não se materializaria sem o estabelecimento de um Estado palestino independente.

Irã como alvo na região

Diante do revés diplomático, Pompeo pontuou em um tweet apenas que discutiu com os governantes reais de Bahrein o desenvolvimento da "paz e segurança" e "combate da ameaça do Irã".

​Honrado em conhecer sua majestade Hamad bin Isa Al-Khalifa em Bahrein. Eu o agradeci pela nossa contínua amizade e parceria estratégica. Nós permanecemos comprometidos em desenvolver paz e segurança em busca da unidade superior entre países do golfo [Pérsico], e do combate da ameaça do Irã

Manama, cujos contatos com Israel datam da década de 1990, foi o primeiro país do Golfo a receber a reaproximação dos Emirados Árabes Unidos e foi considerado um favorito a seguir seus passos.

Como a maioria dos países do Golfo, Bahrein compartilha com o Estado judeu um inimigo comum no Irã, que Manama acusa de instigar protestos da comunidade muçulmana xiita do país contra a dinastia sunita Al-Khalifa.

Mas a polêmica medida dos Emirados Árabes Unidos foi recebida com críticas de algumas partes do mundo árabe, com a liderança palestina condenando-a como uma "facada nas costas", e até mesmo os aliados dos EUA na região foram cautelosos em sua resposta.

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