Com a cerimônia de entrega assinada no domingo (23), as forças dos EUA no Iraque entregaram formalmente a área ocupada pela coalizão da Base de Taji, no centro do Iraque, de volta às forças de segurança iraquianas, indica um comunicado da Força-Tarefa Conjunta Combinada – Operação Resolução Inerente [CJTF-OIR, na sigla em inglês].
Descrevendo a retirada como um movimento que permite à coalizão, que luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) "mudar seu foco e seu papel", a CJTF-OIR disse que "o movimento de [...] pessoal militar é parte de um plano de longo alcance coordenado com o governo do Iraque".
"Este é realmente um dia histórico", disse o comandante adjunto da organização.
"Nos últimos seis anos, a Base de Taji tem servido de instalação principal para os parceiros da coalizão treinarem o Exército Iraquiano, a Força Aérea do Iraque e as Forças Especiais do país. Os esforços da coalizão permitiram que os iraquianos passassem eles próprios a efetuar o treinamento".
Segundo explicou, as forças de segurança Iraquianas assumiriam a completa responsabilidade pelo local, para o usar na luta contra o Daesh.
A retirada inclui a saída de 300 soldados e pessoal contratado dos EUA, e a entrega de estruturas e equipamentos ao lado iraquiano, avaliados em US$ 347 milhões (R$ 1,95 bilhão), incluindo mais de 90 milhões em munições.
Nesta semana, militantes das Unidades de Mobilização Popular (PMC, na sigla em inglês) do Iraque ameaçaram atacar as posições dos EUA em todo o país caso Bagdá não conseguisse negociar a retirada das forças estrangeiras.
![General Kenneth P. Ekman, vice-comandante da Força-Tarefa Conjunta Combinada – Operação Resolução Inerente [CJTF-OIR, na sigla em inglês] dos EUA, aplaude ao lado do general-de-brigada Salah Abdullah durante a cerimônia de entrega da base militar de Taji às forças de segurança iraquianas, ao norte de Bagdá, Iraque, 23 de agosto de 2020 General Kenneth P. Ekman, vice-comandante da Força-Tarefa Conjunta Combinada – Operação Resolução Inerente [CJTF-OIR, na sigla em inglês] dos EUA, aplaude ao lado do general-de-brigada Salah Abdullah durante a cerimônia de entrega da base militar de Taji às forças de segurança iraquianas, ao norte de Bagdá, Iraque, 23 de agosto de 2020](https://cdnbr1.img.sputniknews.com/img/07e4/08/17/15982224_0:0:3161:2048_3161x2048_80_0_0_5fc9c2533c31e6afa791b9a1c3c15a0a.jpg)
"Se não for concluído em Washington um acordo sobre a expulsão das forças dos EUA do Iraque, reservamo-nos o direito de atingir os interesses americanos no Iraque", advertiram.
Saída gradual
Cerca de 47.000 militares das forças de segurança iraquianas foram treinados na base de Taji, com as instalações situadas a cerca de 30 quilômetros de Bagdá. A base chegou a acolher cerca de 2.000 militares da CJTF-OIR. Esta é a oitava base da coalizão a ser devolvida ao Iraque nos últimos meses.
É estimado que 5.200 tropas dos EUA permanecem no Iraque. Os EUA invadiram o Iraque em 2003 e partiram em 2011, antes de voltar em 2014 para ajudar Bagdá a combater o Daesh.
Na quinta-feira (20), em uma reunião com o premiê iraquiano, Donald Trump, o presidente dos EUA, reiterou aos jornalistas que os norte-americanos iriam deixar o Iraque "em breve".
"Temos tirado nossas tropas do Iraque com bastante rapidez e esperamos ansiosamente o dia em que não precisaremos de estar lá", disse Trump, sem apresentar um calendário exato da retirada.
As tensões entre as forças da Coalizão e as Unidades de Mobilização Popular aumentaram drasticamente após o assassinato do general Soleimani, responsável pela coordenação da assistência iraniana às milícias na sua luta contra os terroristas. Logo após a morte do comandante iraniano, o parlamento iraquiano ordenou que as forças norte-americanas se retirassem do país.
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