Países europeus escolheram apoiar Irã e 'ficar do lado dos aiatolás', critica Pompeo

© REUTERS / Mike SegarSecretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo durante briefing à imprensa, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, 20 de agosto de 2020
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo durante briefing à imprensa, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, 20 de agosto de 2020 - Sputnik Brasil
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Em um discurso ao Conselho de Segurança da ONU, o secretário de Estado norte-americano criticou a postura de França, Reino Unido e Alemanha, ao mesmo tempo que elogiou o Conselho de Cooperação do Golfo.

O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo criticou na quinta-feira (20) os aliados europeus de Washington em uma coletiva de imprensa do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), alegando que, embora autoridades da Alemanha, da França e do Reino Unido tenham expressado em privado apoio à prorrogação do embargo de armas ao Irã, elas "escolheram publicamente ficar do lado dos aiatolás".

"Nunca permitiremos que a República Islâmica do Irã tenha uma arma nuclear", observou Pompeo durante seu discurso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Depois de repreender os três países europeus, Pompeo aplaudiu as nações do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, declarando que "merecem elogios por mostrarem coragem e unidade advertindo sobre o perigo do Irã".

Em seguida, o secretário de Estado dos EUA referenciou declaração do CCG à ONU em 9 de agosto, que pedia uma prorrogação do embargo internacional de armas, que expira em 18 de outubro.

© REUTERS / Página oficial da Presidência do Irã / HandoutHassan Rouhani, presidente do Irã
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Hassan Rouhani, presidente do Irã

"É inadequado levantar as restrições ao fornecimento de armas de e para o Irã até que o Irã desista de suas atividades desestabilizadoras na região e deixe de fornecer armas a organizações terroristas e sectárias", afirmou Nayef Falah Mubarak Al-Hajraf, secretário-geral do CCG, conforme relatado pela Reuters em 9 de agosto.

Posição dos principais países europeus

Desde então, a França, o Reino Unido e a Alemanha emitiram uma declaração conjunta explicando que, como membros ainda ativos do acordo do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), não podem apoiar a pressão dos EUA para invocar o mecanismo de "restauração imediata" (procedimento para exigir o restabelecimento das sanções internacionais contra o Irã), porque viola o acordo.

"A França, a Alemanha e o Reino Unido notam que os EUA deixaram de ser participantes do JCPOA após sua retirada do acordo em 8 de maio de 2018", escreveram os países europeus.

"Continuamos comprometidos com o JCPOA, apesar dos desafios significativos causados pela retirada dos EUA. Acreditamos que devemos abordar a questão atual do não cumprimento sistemático por parte do Irã de suas obrigações no âmbito do JCPOA através do diálogo entre os participantes do JCPOA".

Reações à decisão dos EUA

O ministro das Relações Exteriores iraniano Mohammad Javad Zarif chamou a tentativa dos EUA de estender o embargo de armas como "ilegítima e dolosa".

Rússia e China expressaram apoio ao Irã, com o vice-ministro das Relações Exteriores russo Sergei Ryabkov chamando de "absurdo" Washington pressionar por sanções.

"Temos repetidamente dito que os EUA já se retiraram do JCPOA e, portanto, não têm o direito de solicitar a restauração do regime de sanções da ONU contra o Irã", observou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Zhao Lijian durante uma reunião de informação.

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