Etiópia começa a encher polêmica represa apesar de resistência de Egito e Sudão

© AP Photo / Elias AsmareConstrução de represa na Etiópia
Construção de represa na Etiópia - Sputnik Brasil
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O reservatório por trás da represa está enchendo em meio ao fracasso das últimas negociações com Egito e Sudão.

Ambos os países, banhados pelo rio Nilo, temem que o projeto bilionário, conhecido como Grande Barragem da Renascença Etíope, ocasione fortes secas em seus territórios.

"A construção da represa e seu enchimento de água caminham lado a lado", comentou o ministro de Água etíope, Seleshi Bekele, conforme divulga a agência Reuters. "O preenchimento da reserva não precisa aguardar até a sua finalização."

Contudo, seus comentários não esclarecem se a Etiópia teria fechado as comportas da estrutura. A área teve fortes chuvas recentemente.

O projeto, avaliado em US$ 4 bilhões (R$ 21,3 bilhões), tem gerado preocupações no Egito de que a água já limitada, da qual 100 milhões de pessoas dependente, se torne ainda mais escassa. O Nilo Azul, onde está sendo construída a represa, é um afluente do Nilo, que fornece 90% da água fresca do Egito.

© REUTERS / Maxar TechnologiesImagem de satélite de represa na Etiópia
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Imagem de satélite de represa na Etiópia

Nesta terça-feira (14), negociações entre Sudão, Etiópia e Egito falharam ao tentar obter um acordo sobre a vazão da água do rio Nilo Azul.

Quando finalizada, a represa terá uma capacidade instalada de 6.450 megawatts – mais do que dobrando a capacidade atual de produção da Etiópia – e é vital para que o país se torne o maior exportador de eletricidade da África.

"Estava evidente que os medidores de vazão na estação fronteiriça al-Deim com a Etiópia possuem um recuo no nível da água, equivalente a 90 milhões de metros cúbicos por dia, confirmando o fechamento das comportas da barragem da Renascença", afirmou Yasser Abbas, ministro da Irrigação e Recursos Aquíferos do Sudão.

A represa está sendo construída a 15 quilômetros da fronteira entre Etiópia e Sudão. Ambos os países africanos buscaram um acordo juridicamente vinculativo antes que a barragem fosse aberta para receber água.

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