França pressiona EUA para manter tropas na África em meio à violência no Sahel, diz mídia

© AP Photo / Stephane de Sakutin / Acessar o banco de imagensSoldados franceses patrulhando as ruas de Bangui em julho de 2014
Soldados franceses patrulhando as ruas de Bangui em julho de 2014 - Sputnik Brasil
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Ministra da Defesa da França está indo a Washington para negociar a manutenção das tropas dos EUA na região do Sahel, no norte da África. EUA anunciaram intenção de retirar tropas da região para focar na estratégia de contenção de Rússia e China.

Neste domingo (26), a ministra da Defesa da França, Florence Parly, se dirige aos Estados Unidos, após visita a diversos países da região do  Sahel, no Norte da África, onde tropas francesas realizam operações militares desde 2012.

Paris deve tratar das recentes declarações do Departamento de Defesa dos EUA, que anunciou a intenção de retirar suas tropas da região.

"O compromisso dos EUA na região é essencial porque nos fornece capacidades vitais, algumas das quais não temos como substituir", relatou membro do executivo francês à AFP.

A França tem mais de 4.500 soldados combatendo militantes ligados à al-Qaeda e ao Daesh (ambas organizações terroristas proibidas na Rússia) na região do Sahel, integrados na operação Barkhane.

© flickr.com / Johannes ZielckeTimbuktu, Mali
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Timbuktu, Mali

A operação depende da ajuda dos EUA em atividades-chave, como coleta de inteligência, logística de transporte e reabastecimento em voo. Estima-se que o apoio de Washington custe cerca de US$ 45 milhões (cerca de R$ 183 milhões) por ano aos cofres norte-americanos.

Apesar dos esforços diplomáticos de Paris, nessa semana, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, confirmou a intenção de diminuir o número de efetivos norte-americanos na África.

"Eu quero ter certeza que, quando o assunto for antiterrorismo, que antes de mais nada eu estou lidando com ameaças à pátria", ressaltou, referindo-se ao território norte-americano.

Para a administração Trump, os esforços de guerra na região africana devem ser conduzidos pela França e demais países da União Europeia.

O comandante do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, anunciou que a decisão sobre os 7.000 militares norte-americanos, que estão mobilizados na região do Sahel, será tomada no início de março.

"Estamos debatendo com os franceses sobre o nível de auxílio que estamos fornecendo. Se é excessivo, se é insuficiente ou se está no nível ideal", explicou Milley.

No início deste mês, o presidente da França, Emmanuel Macron, admitiu que uma eventual retirada dos EUA seria uma "má notícia" para Paris. Além disso, os parceiros da União Europeia ainda não teriam demonstrado interesse em fazer parte da operação liderada pela França.

© AP Photo / Susan WalshSecretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, e general Mark Milley
França pressiona EUA para manter tropas na África em meio à violência no Sahel, diz mídia - Sputnik Brasil
Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, e general Mark Milley

O governo francês enfrenta crescente resistência doméstica à manutenção das tropas no Sahel, principalmente após incidente em novembro de 2019, que vitimou 13 soldados franceses no norte do Mali.

Em dezembro, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, anunciou um processo amplo de revisão, com o intuito de realocar tropas norte-americanas de regiões como África e Oriente Médio para regiões prioritárias, no âmbito da estratégia de contenção de Rússia e China.

Nesse ínterim, Esper anunciou a intenção de reduzir o número de efetivos dos EUA na África. O secretário de Defesa teria solicitado que o Comando dos EUA na África apresentasse seus planos de retirada até o fim de janeiro de 2020.

© AFP 2023 / LUDOVIC MARINPresidente francês Emmanuel Macron posa para foto com soldados de seus país na África (foto de arquivo)
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Presidente francês Emmanuel Macron posa para foto com soldados de seus país na África (foto de arquivo)

O Exército francês realiza operações militares no Sahel desde 2012. As atividades dos jihadistas no Norte da África atingiram níveis preocupantes após a eclosão do conflito na Líbia, em 2011.

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