Mal nunca vem só: enchentes no sudeste do Irã são seguidas por ameaça de crocodilos

© Sputnik / Natalia SeliverstovaFazenda de crocodilos na ilha de Djerba, na Tunísia
Fazenda de crocodilos na ilha de Djerba, na Tunísia - Sputnik Brasil
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Um líder ambiental declarou que os crocodilos não atacaram pessoas recentemente, mas as dificuldades providas das enchentes estão soltando os instintos agressivos dos répteis.

Na província do Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irã, dezenas de casas foram inundadas na última semana como resultado das fortes chuvas e das inundações que se seguiram, destruindo 500 aldeias e 20.000 casas. 

Só os danos preliminares à agricultura ascenderam a US$ 28,8 milhões (R$ 120,3 milhões), mas um mal nunca vem só. Há outra ameaça, a infestação de crocodilos-persas, segundo relatou à Sputnik Persa Vahid Pour-Mardan, chefe da Organização de Proteção Ambiental da província.

Os crocodilos-persas são perigosos porque podem ficar muito tempo em terra e perseguir as vítimas a velocidades de 12 km/h. Além disso, se excitados, os animais podem ter comportamento agressivo quando as pessoas se aproximam.

Comportamento dos crocodilos

A este respeito, Wahid Pur-Mardan, chefe da Organização de Proteção Ambiental do Sistão-Balochistão, disse: "Os crocodilos-persas, ou Gandhu, como os locais os chamam, são crocodilos que estão em perigo. Vivem perto da aldeia de Bahu-Khelat. A barragem que serviu de lar para estes répteis foi destruída pelas enchentes, e o rio saiu das suas margens. Os especialistas concordam que é provável que estes animais sejam deslocados do seu habitat principal. Alertamos a população para o problema."

"Na verdade, a população local conhece muito bem os crocodilos-persas, e sabe como tratá-los, muitos deles até alimentam esses perigosos predadores. Desta forma, a população sabe quando são agressivos e quando são inofensivos. Mas, muito infelizmente, a enchente perturbou a calma e os répteis, que durante muito tempo foram inofensivos e pacíficos vivendo em suas casas, se transformaram em predadores perigosos e agressivos", lamentou o dirigente da organização ambiental.

O chefe provincial da Organização de Proteção Ambiental também acrescentou: "Como eu disse, o crocodilo-persa é um animal alienado, isolado. Não houve incidentes recentes de ataques a civis. No entanto, durante a temporada de desova e de acasalamento estes animais se tornam agressivos. Por exemplo, os jovens podem até comer suas crias, que acabaram de eclodir dos seus ovos."

"Se você estiver perto deles durante esta temporada, há uma probabilidade muito alta de que será atacado. Até recentemente, foram registados dois destes casos. Por exemplo, uma criança foi atacada por um crocodilo agarrando sua perna e arrastando-a para debaixo d'água. Outro caso envolveu uma menina que também foi atacada por um crocodilo-persa, segurando sua mão. Como resultado da resistência, a menina ficou sem a mão", acrescentou Wahid Pur-Mardan.

Precauções a tomar

Pur-Mardan também comentou as razões que levaram estes crocodilos a atacar as pessoas: "Um crocodilo-persa não ataca para se alimentar. E mesmo agora, quando eles não estão na temporada de desova ou acasalamento, sob nenhum pretexto, em nenhuma circunstância as pessoas devem se aproximar dos crocodilos-persas e dar-lhes comida."

"Neste momento, qualquer aproximação aos crocodilos-persas aumenta o risco de ameaças de vida não só para a população, mas também para os próprios animais", avisou o chefe da Organização de Proteção Ambiental.

"As equipes especiais de cuidadores ambientais têm a capacidade, com a ajuda de dispositivos especiais, de transportar os crocodilos em segurança para seu habitat habitual."

"Quando a situação na província estiver mais calma, todos os crocodilos-persas regressarão aos seus habitats. Até agora, já mobilizamos e despachamos equipes de resgate, que agora estão em alerta máximo", concluiu.

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