O ministro das Relações Exteriores do Irão, Mohammad Javad Zarif, criticou na quarta-feira (15) a decisão da União Europeia, tomada na terça-feira (14), de investigar o aumento do enriquecimento de urânio depois da onda de instabilidade na região desencadeada pelo assassinado do general iraniano Qassem Soleimani, sugerindo que sua decisão foi fomentada externamente.
"A Europa, a UE, é a maior economia global. Então, por que vocês permitem que os Estados Unidos os intimidem?", indagou o ministro iraniano.
"Eles [os europeus] dizem: 'Não somos responsáveis pelo que os Estados Unidos fizeram'. OK, mas vocês são países independentes", disse Zarif em uma conferência de segurança internacional em Nova Deli, onde foi questionado sobre o rumo do acordo nuclear de 2015.
"Os Estados Unidos não implementaram os compromissos [do acordo existente], agora saíram... Eu tinha um acordo com os Estados Unidos e os Estados Unidos quebraram-no. Se eu tiver um acordo com Trump, quanto tempo vai durar?", disse Mohammad Javad Zarif, segundo relatado pela agência Reuters.
Anteriormente, o presidente iraniano Hassan Rouhani criticou a ideia de Boris Johnson de simplesmente implementar um "plano Trump", ressaltando que "Trump não fez nada além de violar pactos e leis internacionais".
Segundo o MRE iraniano, o pacto "não está morto", remetendo sua sobrevivência para o Reino Unido, França e Alemanha. No entanto, segundo disse na conferência, o pacto existente era "entre os melhores" que podia imaginar.
História do acordo nuclear
O acordo nuclear, denominado O Plano Conjunto de Ação Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado pelos EUA, a Europa, China, Rússia e o Irã em 2015, mas os EUA saíram do acordo em 2018 sob a nova administração de Donald Trump, o que levou ao crescente enriquecimento de urânio por parte do país persa, que afirma não perseguir o desenvolvimento de armas nucleares.
O Irã prometeu que continuará em contato com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) liderada pela ONU, cujos inspetores estão realizando seu trabalho como habitualmente. No pior dos casos o Irã poderia ver o Conselho de Segurança da ONU decidindo reinstituir algumas sanções.
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