Acordo nuclear do Irã não é renegociável, diz enviado iraniano na AIEA

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Representante iraniano junto às organizações internacionais em Viena, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Kazem Gharib Abadi destacou nesta quarta-feira que o acordo sobre o programa nuclear do país, formalmente conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), não é renegociável.

"O JCPOA não é renegociável. Trata-se de um acordo que esgotamos há quase 10 anos. Portanto, há delicados saldos no JCPOA, mesmo os outros países, os demais partidos no JCPOA, não estão dispostos a renegociar JCPOA", afirmou Abadi a repórteres após a reunião especial do Conselho de Governadores da AIEA.

O funcionário iraniano reiterou o pouco comprometimento das partes europeias no acordo.

"Cada membro do JCPOA tem que assumir sua própria responsabilidade. China e Rússia não podem compensar o fracasso da União Europeia e da E3", afirmou Abadi.

Abadi também abordou o fato de que o Irã não escolheu nenhum passo específico para sua "terceira fase" na redução dos compromissos nucleares no JCPOA, e todas as opções estão na mesa.

"Quando se trata da terceira fase, na verdade, haveria algumas ações após 60 dias, mas nenhuma ação especial ainda foi especificada. Existem todas as opções na mesa. Existem discussões e considerações técnicas, mas, nesta fase, nenhuma opção foi especificada e anunciada", comentou.

Na segunda-feira, Teerã anunciou que havia começado a enriquecer urânio além do nível de 3,67% estabelecido no JCPOA, também conhecido como acordo nuclear com o Irã. No mesmo dia, a declaração iraniana foi confirmada pela AIEA.

© AP Photo / Vahid Salemi A usina nuclear de Bushehr, no Irã
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A usina nuclear de Bushehr, no Irã

Abadi ressaltou que o atual aumento no enriquecimento de urânio foi transparente e sob observação dos inspetores da AIEA, observando que o Irã não tem "nada a esconder".

O Irã deu à Europa mais 60 dias para garantir que os interesses do Irã fossem protegidos pelo acordo, alertando que, caso contrário, reduziria ainda mais seus compromissos sob o acordo.

Críticas aos EUA

Abadi ainda ressaltou que a maioria das delegações na reunião especial da AIEA deplorou a retirada unilateral dos Estados Unidos do JCPOA e instou pela preservação do acordo.

"A maioria das delegações deplorou a retirada unilateral dos Estados Unidos [do acordo nuclear] nesta reunião da Assembleia de Governadores. E apoiaram a preservação do JCPOA e também deploraram o unilateralismo", avaliou o funcionário iraniano.

Ele também observou que a maioria dos membros do conselho e dos Estados membros observadores pediu a todas as partes do acordo que implementassem suas obrigações sob o acordo de forma "plena e eficaz".

"A maioria no Conselho de Administração deixou bem claro que estas questões não são relacionadas com salvaguardas. Estas são obrigações e questões relacionadas com a implementação do JCPOA, e o Conselho de Governadores não é um fórum apropriado para discutir estas questões, não relacionadas com a AIEA e as obrigações de salvaguarda do Irã", completou Abadi, observando que não houve nenhum resultado formal da reunião.

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