Vice-chanceler do Irã diz que decisão sobre acordo nuclear é 'irreversível'

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O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que a decisão de Teerã de reduzir seu compromisso com o Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), também conhecido como acordo nuclear iraniano, foi uma decisão nacional e é irreversível, já que as exigências do Irã não foram acatadas.

"Os signatários europeus do acordo não têm a vontade de salvar o acordo. Nossa decisão de diminuir nosso comprometimento com o acordo é uma decisão nacional e é irreversível, desde que nossas exigências não sejam atendidas", disse Araqchi depois de se encontrar com o ministro britânico para o Oriente Médio, em Teerã, segundo a Reuters.

No dia 8 de maio, o Irã anunciou que deixaria de cumprir parcialmente suas obrigações no JCPOA. No mesmo dia, o Irã deu um ultimato aos outros signatários - China, União Europeia, França, Alemanha, Rússia e Reino Unido - dizendo que reduziria algumas de suas obrigações dentro de 60 dias, caso os países não fizessem esforços para contornar as sanções impostas pelos EUA.

A decisão iraniana vem um ano depois dos EUA saírem do acordo, assinado em 2015. Após a saída anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sanções econômicas foram reimpostas sobre o Irã.

CC0 / / Drone Global Hawk RQ-4
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Drone Global Hawk RQ-4

O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Shamkhani, disse antes que o país não considera a possibilidade de um Estado como mediador no diálogo entre Irã e EUA sobre o JCPOA.

"A mediação está fora de questão sobre essa questão. Os Estados Unidos saíram do JCPOA de forma unilateral, descumpriram sias obrigações e introduziram sanções ilegais sobre o Irã. Os Estados Unidos devem retornar ao ponto de início e corrigir seus erros. Esse processo precisa de mediação", disse Shamkhani.

Enquanto isso, o ministro alemão das Relações Exteriores disse que um encontro da Comissão Conjunto do JCPOA será realizado em Viena no dia 28 de junho reunindo diretores políticos. O encontro acontece em meio a um aumento da escalada de tensão no Oriente Médio.

O serviço diplomático da União Europeia disse mais cedo que o objetivo do encontro seria a resolução de problemas causados pelas sanções dos EUA, assim como a revisão das declarações feitas pelo Irã acerca de suas obrigações no JCPOA.

Conflito se agrava após abatimento de drone dos EUA

Na quinta-feira (20), a Guarda Revolucionária do Irã abateu um drone norte-americano de modelo Grumman RQ-4 Global Hawk utilizado para vigilância na região costeira da província de Hormozgan.

Segundo os militares iranianos, o drone dos EUA violou o espaço aéreo iraniano. Já os EUA afirmam que um míssil do Irã abateu o drone enquanto ele sobrevoava águas internacionais sobre o estreito de Ormuz. Neste domingo (23), outro drone dos EUA teria entrado no espaço aéreo do Irã.

A reação a esses incidentes, Donald Trump disse inicialmente que o Irã havia cometido "um grande erro", mas em seguida disse a repórteres que duvidava que o drone havia sido derrubado de forma intencional. Alguns congressistas dos EUA, no entanto, pediram medidas militares contra Irã como resposta ao incidente.

Trump autoriza ataque mas volta atrás

O jornal The New York Times publicou na quinta-feira (20), citando uma fonte oficial da Casa Branca que Trump teria autorizado ataques contra o Irã, mas na última hora voltou atrás de sua decisão.

Mais cedo neste domingo (23), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov chamou a situação no Golfo Pérsico de tensa e extremamente preocupante. O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, disse que o perigo de um conflito entre os EUA e o Irã não desapareceu e Moscou pede que Washington pese as consequências e evite decisões mal aconselhadas.

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