O ciclone Idai atingiu a cidade de Beira em 14 de março, causando inundações catastróficas e matando mais de 700 pessoas em três países do sudeste da África.
Muitas áreas gravemente afetadas em Moçambique e no Zimbábue continuam inacessíveis por estrada, complicando os esforços de socorro e exacerbando a ameaça de infecção.
Embora ainda não tenha havido mortes confirmadas por cólera em centros médicos em Moçambique, pelo menos duas pessoas morreram fora de hospitais com sintomas incluindo desidratação e diarreia, declarou o ministro do Meio Ambiente do país, Celso Correia.
Um repórter da Agência Reuters viu o corpo de uma criança morta sendo trazida de uma clínica de emergência na Beira na última quarta-feira. A criança sofreu diarreia aguda, que pode ser um sintoma de cólera.
"Esperávamos isso, estávamos preparados para isso, temos médicos no lugar", informou Correia a repórteres.
O governo disse pela primeira vez que houve casos confirmados de cólera na quarta-feira.
O Instituto Nacional de Gestão de Desastres de Moçambique disse que o número de mortos na tempestade tropical aumentou para 493 pessoas, de 468 anteriormente.
Isso leva o total de mortos em todo o Moçambique, Zimbábue e Malawi para 738 pessoas, com muitos mais ainda desaparecidos.
As comunidades encalhadas estão contando com água altamente poluída. Isso, combinado com inundações generalizadas e falta de saneamento, cria uma base fértil para surtos de doenças, incluindo cólera", afirmou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em um comunicado.
Tarik Jasarevic, da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse esperar que 900 mil doses de vacina oral contra a cólera cheguem na segunda-feira.
O Departamento de Defesa dos EUA destacou na sexta-feira ter autorizado mais US$ 8,5 milhões em assistência humanitária para Moçambique, elevando o total para US$ 15 milhões. Cerca de 50 militares dos EUA foram enviados a Moçambique para ajudar na logística, incluindo o transporte de alimentos e suprimentos médicos.
A cólera é endêmica em Moçambique, que tem surtos regulares nos últimos cinco anos. Cerca de 2.000 pessoas foram infectadas no último surto, que terminou em fevereiro de 2018, segundo a OMS.
Mas a dimensão dos danos causados às infraestruturas de água e saneamento da Beira, juntamente com a sua densa população, levantaram o receio de que outra epidemia seja difícil de abater.
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