A iniciativa é coordenada pela diretora-geral do Ministério da Justiça de Israel, Emi Palmor. À agência de notícias AP, Palmor disse que tentará "aplicar a lei" e que precisará da "contribuição da comunidade".
"A comunidade beduína é o único lugar neste país onde a poligamia é legítima, em voz alta, exposta e ninguém tem vergonha. É uma questão delicada, mas tem que acabar", disse Palmor, acrescentando ela passou dois anos pesquisando a questão e discutindo-o com ativistas beduínos.
A diretora rejeitou as alegações de que sua campanha é politicamente motivada, citando o apoio do advogado de direitos humanos dos beduínos, Insaf Abu-Shareb.
"Estamos esperando há 70 anos, e quanto mais tempo o governo não fizer nada, mais difícil será mudar a poligamia. Se eu quiser melhorar a situação das mulheres beduínas, preciso trabalhar com elas", destacou Abu-Shareb.
"Estamos sempre ouvindo falar sobre orçamentos bilionários, mas só vemos mais demolições, mais policiais e mais assentamentos judaicos", disse o advogado beduíno Khalil Alamour, citado pela AP.
Cerca de 190 mil pessoas, ou 3,5% dos cidadãos israelenses, são beduínos. 30% dos homens beduínos praticam atualmente a poligamia, mas a taxa pode chegar a 60% em algumas aldeias beduínas do deserto de Negev.