Ministro israelense pede aos EUA punam o Airbnb por fim das operações na Cisjordânia

© AP Photo / Sebastian ScheinerO ministro do gabinete israelense Gilad Erdan durante entrevista à Associated Press em Jerusalém (arquivo)
O ministro do gabinete israelense Gilad Erdan durante entrevista à Associated Press em Jerusalém (arquivo) - Sputnik Brasil
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O ministro de Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, que lidera a resposta do governo ao movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), escreveu uma carta a governadores dos EUA pedindo que tomem providências contra o Airbnb. A plataforma anunciou o fim das atividades para propriedades na Cisjordânia, área ocupada ilegalmente por Israel.

Erdan respondeu quase imediatamente à decisão da Airbnb, condenando-a como "racista".

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"A lei dos EUA permite que empresas como a Airbnb se envolvam em negócios nesses territórios", disse a companhia em um comunicado. "Ao mesmo tempo, muitos na comunidade global afirmaram que as empresas não devem fazer negócios aqui porque acreditam que elas não devem lucrar em terras onde as pessoas foram deslocadas".

"É graças ao trabalho árduo de ativistas nesta coalizão e em todo o mundo que o Airbnb não estará mais lucrando com o apartheid israelense na Cisjordânia", disse Ariel Gold, co-diretor nacional do grupo anti-guerra Codepink e membro do BDS em entrevista à Sputnik News após o anúncio do Airbnb. "Os assentamentos israelenses não são apenas ilegais sob a lei internacional, como também contribuem diretamente para os abusos diários dos direitos humanos que os palestinos enfrentam".

A ação do Airbnb ocorreu apenas um dia antes de a Human Rights Watch ter agendado a divulgação de um relatório sobre locação de moradias promovido pelo aplicativo e pela Booking.com na Cisjordânia, local que a ONU considera ilegalmente ocupada por Israel.

© Human Rights WatchO mapa da Human Rights Watch mostra propriedades anteriormente disponíveis para aluguel pelo Airbnb na Cisjordânia (em pontos vermelhos), além dos imóveis atualmente ativos no Booking (pontos azuis).
O mapa da Human Rights Watch mostra propriedades anteriormente disponíveis para aluguel pelo Airbnb na Cisjordânia (em pontos vermelhos), além dos imóveis atualmente ativos no Booking (pontos azuis). - Sputnik Brasil
O mapa da Human Rights Watch mostra propriedades anteriormente disponíveis para aluguel pelo Airbnb na Cisjordânia (em pontos vermelhos), além dos imóveis atualmente ativos no Booking (pontos azuis).

Erdan instou as pessoas a processarem o Airbnb após o anúncio da decisão da empresa. Ele também prometeu protocolar uma reclamação formal junto a altos funcionários dos Estados Unidos e pedir que verifiquem se a ação do Airbnb viola as leis contra boicote a Israel que "existem em mais de 25 estados", como informou a Sputnik News International. Advogados israelenses de colonos já protocolaram ações contra a empresa.

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Na carta de Erdan aos governadores de Illinois, Nova York, Flórida, Missouri e Califórnia, ele afirma que o Airbnb adotou "práticas antissemitas e a narrativa do movimento de boicote". Dos cinco estados que os governadores representam, quatro têm leis contra o movimento BDS, com exceção do Missouri. A Airbnb está sediada na Califórnia.

De acordo com o canal de TV israelense Kan, o governador de Illinois, Bruce Rauner, pediu ao conselho de investimentos do Estado que considerasse retirar fundos da Airbnb, enquanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, prometeu tomar medidas semelhantes.

A carta antecipa uma resposta israelense de todo o governo através de um comitê interministerial composto por funcionários do Ministério de Assuntos Estratégicos de Erdan, bem como dos ministérios das relações exteriores, turismo, justiça, finanças e economia.

O ministro do Turismo de Israel, Yariv Levin, pediu na semana passada a criação de um "imposto especial e alto" à Airbnb. A ação poderia acabar prejudicando os donos das 22 mil casas israelenses que estão autorizadas a continuar alugando na plataforma, algo que as autoridades prefeririam evitar.

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