Por que Washington e Ancara se opõem à ofensiva em Idlib?

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Soldados do Exército sírio na província de Idlib (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O Exército sírio está se preparando para a batalha definitiva contra o último bastião terrorista na província de Idlib. Entretanto, os EUA e seus aliados ocidentais, bem como a Turquia, se opõem à operação.

Na zona em questão ainda se encontram diversos grupos rebeldes bastante heterogêneos. A força principal é representada pela Frente al-Nusra, organização terrorista associada à Al-Qaeda (ambas proibidas na Rússia). 

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Para os militares sírios e seus aliados, a libertação de Idlib é uma tarefa crucial que poderia pôr fim a sete anos de guerra. Entretanto, Washington e Ancara adoptam uma abordagem ligeiramente diferente. A Turquia considera Idlib como uma área de seu interesse, especialmente após estabelecer quatro postos de observação na zona.

Por que Turquia está contra a operação militar em Idlib?

Atualmente na província síria de Idlib vivem mais de três milhões de pessoas, e uma ofensiva de grande escala pode causar uma onda de refugiados em direção à Turquia, que já alberga milhões de refugiados sírios, conforme explica a agência chinesa Xinhua.

A Turquia já não pode receber mais sírios devido à crise monetária que o país vive e à pressão tanto interna como ocidental que está sofrendo. Além disso, logo que a ofensiva seja desencadeada, os militares turcos serão obrigados a abandonar seus postos de observação ou a entrar em confrontação com o exército sírio. 

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É de lembrar que o norte da província de Aleppo está sob o controle de grupos rebeldes controlados pela Turquia. Esses grupos são uma ferramenta importante para prevenir o crescimento da influência curda perto da fronteira turca. Assim que a província de Idlib for liberada, os militares sírios enfrentarão os rebeldes em Aleppo.

Os EUA não têm vontade de se retirar da Síria

Do mesmo modo, após a libertação do Idlib, os militares sírios deverão mandar retirar as forças estrangeiras que estão no território sírio sem a autorização do governo. Atualmente, os militares estadunidenses ajudam as Forças Democráticas da Síria a eliminar as últimas posições dos terroristas em Deir ez-Zor, uma província rica em petróleo. A abundância de recursos na zona também é algo que interessa aos EUA.

Washington realizou manobras militares na Síria para mostrar às autoridades sírias que os EUA permanecem no país e não planejam abandoná-lo.

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Neste contexto, para evitar a ofensiva em Idlib, os EUA e seus aliados alertam sobre possíveis ataques químicos na região, aos quais estão dispostos a responder. Além disso, os países ocidentais declaram que tal ofensiva poderia provocar uma catástrofe humanitária e representar perigo para os civis.

Os militares sírios e russos, por sua vez, abriram corredores humanitários para que a população da província possa abandonar a zona.

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