Irã: EUA jogam culpa em nós dos 'horrores' causados por eles mesmos no Oriente Médio

© AP Photo / Petr David JosekChanceler do Irã Mohammad Javad Zarif
Chanceler do Irã Mohammad Javad Zarif - Sputnik Brasil
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O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, acusou o presidente dos EUA de estar invertendo a responsabilidade da destruição no Médio Oriente ao culpar o Irã ao invés de analisar as ações norte-americanas que causam "horrores" na região.

Na quarta-feira (5), o chanceler iraniano escreveu no Twitter que Trump "está violando" o acordo nuclear iraniano de 2015 e "está ameaçando" outros países a fazer o mesmo.

De acordo com Zarif, há "apenas uma resolução do Conselho de Segurança sobre o Irã" e ela está em vigor. A Resolução 2231 aprovou o acordo nuclear iraniano e cancelou todas as sanções contra o Irã durante cumprimento do tratado. Trump "planeja abusar da presidência" no Conselho de Segurança, afirma Zarif, usando hashtag "chutzpah", ou seja, "audácia desvergonhada" para descrever a "postura" americana.

​Há apenas uma resolução do Conselho de Segurança sobre o Irã. Donald Trump está ameaçando outros países a fazer o mesmo. Agora ele planeja abusar da presidência no [Conselho de Segurança] para desviar a sessão — pontos dedicados à Palestina durante 70 anos — para acusar o Irã de horrores que os EUA e clientes desencadearam no Médio Oriente.

Presidente Trump discursa perante a Assembleia Geral da ONU (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Trump presidirá reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o Irã
Trump anunciou saída dos EUA do acordo iraniano no dia 8 de maio, restabelecendo sanções contra o país, o que irritou parceiros comerciais europeus do Irã. Na quinta-feira passada (30), o órgão de vigilância nuclear — a Agência Internacional de Energia Atômica, afirmou que o Irã está ainda cumprindo o acordo nuclear no que diz respeito aos níveis de enriquecimento de urânio, de estoque de urânio enriquecido etc. Porém, Zarif afirmou que cumprimento do acordo "não é a única opção do Irã".

O presidente iraniano Hassan Rouhani está planejando se dirigir à Assembleia Geral da ONU no dia 25 de setembro, e no dia seguinte o país poderá solicitar para falar no Conselho de Segurança.

​Segundo o jornalista Hooman Majd escreve no Twitter, MRE do Irã responde a Donald Trump que presidirá uma sessão do Conselho de Segurança da ONU em setembro. Presumivelmente, pelas observações de Nikki Haley, Irã será representado na reunião por Hassan Rouhani ou Mohammad Javad Zarif. Se for assim, este será o evento mais eletrizante da semana na Assembleia Geral da ONU.

Espera-se que EUA apontem envolvimento iraniano em conflitos no Oriente Médio, em particular, no Iêmen e na Síria. No que diz respeito à Síria, o Irã está operando no país a pedido do governo, que considera os EUA ocupantes ilegais.

Presidente dos EUA Donald Trump durante a cúpula da OTAN em Bruxelas - Sputnik Brasil
'Grave erro humanitário': citando Rússia e Irã, Trump pede que Síria não ataque Idlib
​O politólogo iraniano, Trita Parsi, opina que Trump vai presidir uma sessão no Conselho de Segurança da ONU em 26 de setembro para discutir sobre "Irã". Trata-se de um novo nível baixo até mesmo para Trump que usará agora a plataforma do Conselho de Segurança da ONU para promover seu belicismo. Mas ele também pode ser surpreendido ao ver poucos países no conselho concordando com ele.

Na sexta-feira (7), o Conselho de Segurança da ONU discutirá a situação em Idlib, último grande bastião rebelde na guerra. O governo sírio estaria planejando uma operação "em fases" para libertar região dos terroristas, coordenando as ações com a Rússia e Irã. Na terça-feira (4), quatro aviões russos decolaram da base aérea de Hmeymim e efetuaram ataques de alta precisão a alvos do grupo terrorista Frente al-Nusra na província síria de Idlib, declarou a jornalistas o representante oficial do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov.

​"O presidente da Síria, Bashar Assad, não deve atacar imprudentemente a província de Idlib. Os russos e iranianos estariam cometendo um grave erro humanitário para participar dessa potencial tragédia humana. Centenas de milhares de pessoas poderiam ser mortas. Não permitam que isso aconteça", comentou ​Donald Trump no Twitter.

O presidente dos Estados Unidos pediu ao governo sírio, assim como à Rússia e ao Irã, que evite uma possível ofensiva na província de Idlib, considerada um reduto de rebeldes na Síria. Na terça-feira (4), o Departamento de Estado dos EUA expandiu a linha vermelha da Casa Branca, comentando que "qualquer ofensiva militar de Assad em Idlib seria uma escalação inaceitável e imprudente do conflito na Síria".

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