Nova unidade americana de treinamento expõe velhos problemas no Afeganistão

© AFP 2023 / WAKIL KOHSARSoldados norte-americanos em distrito de Khogyani, província de Nangarhar, Afeganistão, 13 de agosto de 2015
Soldados norte-americanos em distrito de Khogyani, província de Nangarhar, Afeganistão, 13 de agosto de 2015 - Sputnik Brasil
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O capitão Joe Fontana é um chefe de equipe na 1ª Brigada de Assistência à Força de Segurança, faz parte de uma nova unidade, porém ele está trabalhando em problemas que durante anos têm sido persistentemente familiares para os conselheiros militares norte-americanos no Afeganistão.

Os problemas encontrados por eles são os mesmos que existiam há uma década, quando a coalisão da OTAN iniciou a remodelação das forças afegãs para formar um exército com as linhas do americano, sendo eles a logística e organização ruins, assim como a dependência de postos de controle estáticos que são vulneráveis a ataques, como é citado em um artigo publicado por James Mackenzie pela agência de notícias Reuters.

Fontana diz ainda que o exército é abalado por persistentes problemas com suprimentos, manutenção de equipamentos e fornecimento de apoio apropriado às unidades, o que por anos tem sido um obstáculo para criar forças afegãs capazes de agirem por conta própria.

Após anos de missões de treinamento, batalhões como o de Fontana deveriam dar mais consistência no auxílio às forças locais em diferentes partes do mundo.

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A 1ª Brigada foi formada no ano passado com foco no treinamento e apoio pelo exército americano às tropas afegãs. Foi implantada no Afeganistão em março e está na linha da frente juntamente com as tropas afegãs. Os conselheiros ajudam a coordenar ataques aéreos e outros apoios táticos das forças americanas e trabalham com os comandantes afegãos no planejamento de operações. Contudo, grande parte do trabalho consiste em ajudar na requisição de reparos de veículos, reabastecimento de munições ou fazer as unidades executarem tarefas de rotina como limpeza e manutenção das armas e equipamentos.

Durante a visita a um posto avançado na província de Maydan-Wardak, Fontana escutou por 40 minutos a explicação de um comandante de batalhão relacionada aos problemas que ele estava tendo para conseguir munições para suas tropas. Todo o processo de apoio é lento e algumas vezes frustrante, mas os conselheiros dizem que isso é vital se as forças afegãs tiverem que se manter sozinhas.

Segundo Tim Bolyard, sargento no batalhão de Fontana, "cada ‘kandak' (batalhão) a que vamos, indiferentemente de onde está localizado, todos eles possuem questões importantes".

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O batalhão de Fontana será seguido por outros cinco batalhões. Trabalhando todos juntos, será possível obter uma melhor perspectiva real das forças afegãs. É um trabalho que precisa de paciência e diplomacia, trabalhando através de intérpretes para por vezes convencer os comandantes a abandonarem os postos de controle isolados ou tentarem desenvolver soluções próprias, ao invés de depender dos ataques aéreos americanos para derrotar o inimigo.

"Nós precisávamos de uma organização especializada que fosse formada para aconselhamento", disse o comandante da 1ª Brigada, general de brigada Scott Jackson.

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