Muro das Lamentações estaria a ponto de ser destruído?

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Em 23 de julho, uma pedra de 100 quilos caiu do Muro das Lamentações em Jerusalém. Para alguns judeus, trata-se de uma intervenção divina, para alguns muçulmanos - uma atividade mal intencionada contra santuários islâmicos. Especialistas explicam à Sputnik que problemas têm a ver com o acontecido.

Uma pedra enorme de 100 quilos caiu na praça em frente a inúmeras testemunhas, mas não provocou vítimas para surpresa dos presentes. Entretanto, o ravino Shimon Levin se mostrou mais cético e indicou que a pedra caiu em um terreno pouco visitado, concedido aos judeus reformistas.

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Quanto às suposições em relação ao suposto augúrio, o ravino as qualificou como especulações.

"Sem dúvida, pode-se dizer que é uma consequência da lei da gravidade, outorgada por Deus e descoberta por Isaac Newton. Além disso, creio que são especulações. Mas em Jerusalém há opiniões diferentes. E, evidentemente, cada um atribui ao incidente uma importância especial segundo a sua visão de mundo", indicou.

Levin também assegurou que as autoridades israelenses se esforçaram para garantir a segurança dos fiéis.

"O muro tem dois mil anos, por isso, existe logicamente uma ameaça à sua segurança. Entretanto, não creio que depois de esta pedra vão começar a cair outras", assinalou à Sputnik Joe Uziel, principal arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel.

Ele adicionou que investigadores sempre examinam a parede. Ao mesmo tempo, Uziel reconheceu que alguns trabalhos de preservação de grande escala, todavia, estão por ser levados a cabo, o que requer recursos econômicos e muito tempo.

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Por sua vez, os muçulmanos suspeitam que as investigações arqueológicas e de restauração de Israel na realidade têm por objetivo cavar por baixo da mesquita Al-Aqsa o terceiro lugar sagrado mais importante para o islã.

"As escavações arqueológicas são um delito contra todas as religiões, uma grande violação da santidade do islã, e, além disso, promoção do extremismo e fanatismo religioso. […] Tudo isso se realiza segundo a má intenção de Israel", explicou o porta-voz do movimento palestino Fatah.

O Muro das Lamentações era parte do Segundo Tempo construído no século I antes de Cristo pelo rei Herodes, o Grande. Mas foi no ano 70 da nossa era que os romanos destruíram o santuário. Entretanto, o fundamento resultou ser tão firme que os atacantes não conseguiram demoli-lo por completo.

O muro é o único lugar sagrado da parte histórica de Jerusalém que se pode visitar 24 horas por dia. A zona de oração é dividida em diferentes setores. Em 2016, cientistas advertiram que os judeus reformistas receberam o terreno mais perigoso.

O status normativo dos santuários de Jerusalém não está claro até o momento, e ambas as partes interpretam os atos jurídicos segundo a sua perspectiva.

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