Opinião: palestinos tencionam alargar 'frente' de luta na questão de Jerusalém

© REUTERS / Andrew KellyBandeira da Palestina hasteada na ONU.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu aos EUA por terem vetado a resolução do Conselho de Segurança da ONU quanto ao estatuto de Jerusalém. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em assuntos do Oriente Médio estimou que chances tem a Palestina de defender sua posição.

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao presidente norte-americano, Donald Trump, e à embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, por os EUA terem bloqueado a resolução da ONU que não reconhece a mudança do estatuto de Jerusalém e que apela para que esta decisão seja cancelada.

"Obrigado, embaixadora Haley", escreveu o premiê israelense no Twitter. "A verdade derrotou as mentiras. Obrigado, presidente Trump."

Nesta segunda-feira (19), a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, vetou a resolução que não reconhece a mudança do estatuto de Jerusalém e apela para que Washington cancele sua decisão. Todos os outros 14 membros do Conselho de Segurança apoiaram esta resolução.

Em meio a estes eventos, a Palestina enviou uma solicitação oficial para convocação de uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU quanto ao estatuto de Jerusalém, a reunião será realizada nesta semana.

De acordo com o observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, o projeto de resolução a apresentar será "quase igual ao que foi vetado".

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O especialista em assuntos do Oriente Médio, Yuri Zinin, acredita que esta decisão demonstra o desejo dos palestinos de elevar a "luta diplomática" para um nível superior.

"As decisões da Assembleia Geral da ONU podem ser tomadas por maioria. É provável que os países da Ásia e da África apoiem a Palestina, uma vez que já a apoiaram no passado, quando foram aprovadas resoluções pró-palestinas e anti-israelenses. Aparentemente, no momento, os palestinos resolveram continuar com a pressão diplomática e a luta conta a decisão de Trump sobre Jerusalém em um nível superior, ao nível da Assembleia Geral da ONU. Os palestinos desejam expandir sua 'frente'. Sendo assim, a luta ainda está em curso e aparentemente, ela continuará", assinalou Yuri Zinin em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Para ele, a Palestina tem muitas chances de defender sua posição.

"Em minha opinião, os palestinos têm muitas chances, já que fica absolutamente claro que esta decisão [dos EUA de vetar a resolução] contradiz todas as resoluções anteriores da ONU sobre Jerusalém e o problema da regulação da crise. Por isso, provavelmente, muitos vão apoiar os palestinos", acredita Yuri Zinin.

No início de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Israel como a capital de Israel e assinou o documento sobre a transferência da embaixada norte-americana de Tel Aviv a esta cidade. A decisão do líder norte-americano agradou a Israel, mas resultou em uma onda de protestos nos países do Oriente Médio e na Palestina.

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