Al-Qaeda prega apoio aos palestinos contra 'desafio ao mundo muçulmano' imposto pelos EUA

© East News / Pacific PressMembros da Al-Qaeda posam para foto com os rostos cobertos
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A Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP) condenou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. A organização terrorista também pediu aos militantes que estejam prontos para apoiar os palestinos.

O grupo militante islâmico com base no Iêmen disse que a decisão de Trump foi o resultado do chamado "passos de normalização" entre alguns países árabes do Golfo e Israel, e também reforçou seu apoio à causa palestina, chamando o recente passo de Washington "um desafio claro para o mundo muçulmano".

A declaração da AQAP foi realizada pelo grupo de monitoramento estadunidense SITE.

A organização pediu que seus militantes se preparassem para apoiar os palestinos e apelassem aos muçulmanos para ajudar com dinheiro e armas, informou a Agência Reuters. A organização disse ainda que se nenhuma ação for tomada, locais muçulmanos sagrados, incluindo Kabah em Meca, "serão vendidos" e deixados sem que ninguém os defenda.

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O AQAP foi formado em 2009 após uma fusão das filiais saudita e iemenita da Al-Qaeda. Os EUA consideram que é um dos grupos mais perigosos da rede Al Qaeda, fundada por Osama Bin Laden. Os EUA realizaram repetidos ataques com drones contra seus membros e líderes.

Decisão polêmica

A declaração do grupo ocorre um dia depois que Trump anunciou oficialmente sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. "Hoje, finalmente reconhecemos o óbvio: que Jerusalém é a capital de Israel. Isso não é mais do que um reconhecimento da realidade", disse o presidente dos EUA durante um discurso muito esperado na Casa Branca.

A decisão veio apesar das advertências desesperadas de todo o mundo muçulmano e em outros lugares do mundo. Muitos disseram que o movimento provocaria conflitos na região e retardaria severamente o processo de paz israelense-palestino.

A declaração de Trump foi previsivelmente saudada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um discurso pré-gravado lançado apenas momentos após o anúncio de Trump. Em seu discurso, Netanyahu disse que seu povo seria "sempre grato" pela "decisão histórica". Ele também exortou outros países a seguir o exemplo de Washington.

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Em todo o mundo muçulmano, o anúncio de Trump sobre Jerusalém foi encontrado com condenação e protestos, inclusive na Turquia, na Jordânia e no Paquistão. Os palestinos em Gaza e a cidade de Ramallah, na Cisjordânia, também reagiram contra o movimento.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chamou a medida "deplorável e inaceitável" e disse que, por meio dessa ação, Washington negou seu papel de patrocinador do processo de paz.

No começo da quinta-feira, o grupo paramilitar iraquiano, Harakat Hezbollah al-Nujaba, disse que as tropas dos EUA podem se tornar alvos após a decisão.

"A decisão estúpida de Trump será a grande faísca para remover essa entidade [Israel] do corpo da nação islâmica e uma razão legítima para atacar as forças americanas", disse Akram al-Kaabi, líder da organização iraquiana, citado pela Reuters.

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