Analista: presidente dos EUA 'traiu' seus aliados árabes

© AFP 2023 / Mahmud HamsPalestinos ateiam fogo em bandeiras dos EUA e Israel durante protestos na Faixa de Gaza
Palestinos ateiam fogo em bandeiras dos EUA e Israel durante protestos na Faixa de Gaza - Sputnik Brasil
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O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, apelou para realização de uma Intifada depois de o presidente norte-americano ter tomado sua decisão sobre Jerusalém. O especialista em assuntos do Oriente Médio, Nikolai Surkov, ressaltou ser preciso ter noção da seriedade nas palavras dos palestinos sobre o início de uma nova revolta.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, chamou para uma nova Intifada (revolta) na sequência da decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e de transferir embaixada norte-americana de Tel Aviv para a cidade sagrada. 

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Haniyeh se referiu à sexta-feira (8) como o "Dia da Ira", no qual se iniciará um novo movimento pela "liberdade de Jerusalém e Cisjordânia". "Jerusalém unida continuará sendo a capital de toda a Palestina, […] e nós não reconheceremos a ocupação da terra palestina", afirmou ele.

O líder do movimento acredita que os países árabes precisem cortar a colaboração com Washington. De acordo com ele, a decisão do presidente norte-americano é um ato de agressão contra o povo palestino. 

O especialista em assuntos do Oriente Médio, Nikolai Surkov, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, opinou que após a decisão de Trump sobre Jerusalém, a diplomacia norte-americana no Oriente Médio enfrentará sérias dificuldades.

"Agora Trump será uma pessoa completamente desagradável para o mundo árabe. De fato, ele traiu todos os seus aliados árabes, já que agora, qualquer líder árabe, que negociar com Trump, será automaticamente considerado uma pessoa que aperta mão de um traidor dos interesses árabes", assinalou Nikolai Surkov.

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Para ele, a decisão de Washington pode provocar manifestações massivas nos territórios palestinos.

"Palestinos não deixarão esta declaração sem resposta, ele [Donald Trump] praticamente concedeu toda Jerusalém a Israel sem ao menos esperar conclusão das negociações de paz [palestino-israelenses]. Sendo assim, palestinos realizarão protestos massivos, bem como atos de desobediência. E claro, trata-se de um grande prejuízo para o processo de paz fragilizado, que retrocedeu décadas de desenvolvimento", acredita Nikolai Surkov.

O especialista acredita ser preciso ter noção da seriedade nas palavras dos palestinos sobre o início de uma nova revolta.

"A Intifada no início dos anos 2000 se iniciou com a visita do [ex-premiê israelense] Ariel Sharon ao Monte do Templo, ele ainda nem era funcionário estatal na época. Neste caso, trata-se do destino de Jerusalém, uma das principais questões que por anos marcou as conversações de paz palestino-israelenses. […] E claro que estas afirmações podem resultar somente em desestabilização, e até explosão de violência", ressaltou o especialista. 

Israel considera Jerusalém sua capital "eterna e inseparável", inclusive suas áreas orientais que foram conquistadas durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Para especialista, a decisão de Trump prejudicará drasticamente o processo de paz entre Palestina e Israel

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