Ocidente está tomado pelo neonazismo e quer dividir o mundo islâmico, diz Erdogan

© AP Photo / Richard DrewPresidente da Turquia Tayyip Erdogan em discurso na 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
Presidente da Turquia Tayyip Erdogan em discurso na 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - Sputnik Brasil
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O Ocidente está exportando os piores elementos para os países islâmicos na tentativa de garantir seu próprio futuro, afirmou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que declarou ainda que a islamofobia, o neonazismo e o racismo estão substituindo valores como a democracia e os direitos humanos nos países ocidentais.

"A falta de resposta à violência que tem ocorrido na Síria há sete anos, ao tratamento desumano que os refugiados são submetidos nos portões da fronteira, e ao genocídio do Rohingya [em Mianmar] revelaram o verdadeiro rosto do Ocidente", disse Erdogan, citado pela agência turca Anadolu.

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"A islamofobia, o neonazismo e o racismo [estão] começando a substituir cada vez mais os valores como a democracia, os direitos humanos e as liberdades no Ocidente", acrescentou o líder da Turquia.

De acordo com Erdogan, "o Ocidente exportou todos os tipos de elementos doentios para as nações islâmicas na tentativa de garantir seu próprio futuro".

O presidente turco mencionou especificamente o Daesh, a Al-Qaeda, o Boko Haram, o YPG curdo e os apoiantes do clérigo turco exilado Fetullah Gulen — a quem Ancara culpa por uma tentativa de golpe fracassada no ano passado — dizendo que esses grupos têm "transformado toda a nossa região com um grande banho de sangue".

Erdogan advertiu que "um cenário está sendo montado para dividir o mundo islâmico, os muçulmanos, para destruir seus valores e, mais perigosamente, o seu futuro". E o mundo islâmico, de acordo com o líder da Turquia, atravessou um período de dificuldades nos últimos anos. "Literalmente uma era de instigação", destacou.

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Apesar de ser um membro da OTAN e uma forte aliada ocidental há décadas, a Turquia vive relações tensas com os EUA e a União Europeia (UE) nos últimos anos. Entre uma série de questões, o abismo com Washington caracteriza-se principalmente pela falta de vontade de Washington de extraditar Gullen para a Turquia, além da manutenção do apoio ao YPG curdo, que Ancara considera uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a quem se refere como organização terrorista.

Os laços turcos com a Europa foram comprometidos pela crise dos refugiados e as negociações paralisadas sobre a viagem sem visto de turcos para a UE, que Bruxelas paralisou, citando a recusa de Ancara em alterar suas duras leis antiterroristas. Palavras mais fortes também foram trocadas depois que alguns países europeus, notadamente a Alemanha, proibiram as aparições públicas dos ministros turcos antes do referendo turco de abril, sobre reformas constitucionais que expandiram significativamente os poderes de Erdogan.

Na semana passada, o país culpou a OTAN por manchar seus líderes – do passado e do presente – e retirou suas tropas dos exercícios na Noruega, depois que o pai fundador da Turquia, Mustafa Kemal Ataturk, e o próprio Erdogan foram listados como inimigos durante um exercício assistido por computador. A OTAN pediu desculpas pelo incidente, que recaiu sobre um contratante civil norueguês que foi demitido por sua atitude anti-turca.

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