O papel da França no genocídio em Ruanda

© AFP 2023 / JEFF PACHOUDMulher com vela durante a Cerimônia do Fogo Eterno em Lyon, França, em 2014, no 20º aniversário do genocídio de 2014 em Ruanda
Mulher com vela durante a Cerimônia do Fogo Eterno em Lyon, França, em 2014, no 20º aniversário do genocídio de 2014 em Ruanda - Sputnik Brasil
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Investigação do assassinato do ex-presidente ruandês, Juvénal Habyarimana, que governou de 1973 a 1994, continua. Jacques Morel, especialista francês em Ruanda, coletou ao longo de 12 anos provas do envolvimento da França no genocídio na região.

Cruz sobre a roupa de tutsis mortos em uma igreja em Ruanda - Sputnik Brasil
França poderia ter fornecido toneladas de armas aos ruandeses que organizaram genocídio
Existem duas versões principais da sua morte: a primeira diz que o ataque contra o avião presidencial foi efetuado pelos tutsis, enquanto a segunda diz que houve mão da França.

A Sputnik França entrevistou o analista, que é autor do livro "A França no coração do genocídio".

Segundo ele, o atentado foi efetuado por militares ruandeses, o que prova a culpa da França.

"Em primeiro lugar, eram militares franceses quem dirigia o exército ruandês. Eles tinham acesso a toda a informação recebida pelos serviços de inteligência via escutas."

Em segundo lugar, os militares ruandeses não sabiam usar os sistemas de artilharia enviados pela França. Como eles conseguiram então atingir o avião? Claro que atiraram pessoas treinadas, enviadas da França para o campo militar de Kanombe. Mesmo que o ataque tenha sido efetuado por mercenários, o Estado francês está envolvido ao mais alto nível, opina o especialista.

Finalmente, os extremistas políticos ruandeses nunca conseguiriam formar um governo em um dia se o embaixador francês não tivesse imposto um composto de membros do Movimento Nacional Revolucionário para Desenvolvimento e do movimento anti-tutsi Hutu Power.

O assassinato do presidente Juvénal Habyarimana [hutu] foi o ponto de partida dos eventos terríveis de genocídio em Ruanda. O processo de investigação foi lançado quatro anos depois da sua morte.

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