Mídia: cruzamento do Eufrates é uma 'declaração de guerra aos EUA'

© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensSoldados sírios em Deir ez-Zor (foto de arquivo)
Soldados sírios em Deir ez-Zor (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A construção por militares russos de uma ponte desmontável sobre o rio Eufrates e a conexão assim estabelecida entre suas duas margens representa uma "escalada perigosa" da situação militar na Síria, opina Alfred Hackensberger em seu artigo para o Die Welt.

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A aproximação do exército sírio das forças opositoras apoiadas pelos EUA é "quase uma declaração de guerra".

A Rússia não está disposta a "doar" a província de Deir ez-Zor aos EUA e seus aliados, as Forças Democráticas da Síria (FDS). Além das maiores reservas de petróleo do país árabe, a área é considerada como um celeiro da Síria, escreve o autor.

Além do mais, supõe-se que os comandantes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) tivessem fugido para esta zona depois da derrota em outras partes da Síria e Iraque. Tanto Moscou quanto Washington estão caçando essa "presa".

"Parece que as duas potências lançaram uma corrida visando conquistar estra região rica e estratégica. Quem conseguir ficar com esta zona terá mais vantagens nas negociações depois da guerra", acredita o jornalista, que considera o cruzamento do Eufrates como uma "violação" dos acordos firmados entre a Rússia e os EUA. 

As Forças Democráticas da Síria anunciaram os seus planos de atingir Deir ez-Zor depois de libertar Raqqa. Contudo, a ofensiva contra esta fortaleza importante do Daesh demorou a acontecer devido ao avanço das forças governamentais na província petrolífera, que foi "surpreendentemente rápido". Entretanto, as unidades da oposição entraram na "corrida".

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Os aliados das duas partes também têm seus interesses claros quando à província.

Para Moscou, seria a solidificação de seu papel fundamental na resolução da crise síria, do mesmo jeito como o foi durante a guerra. Para Washington, tomar Deir ez-Zor é uma das últimas possibilidades de "desempenhar qualquer papel no acordo de paz" que acabará com as hostilidades.

Atualmente, as duas partes mantêm estreito contato para evitar escaladas militares. Os representantes trocam dados, mapas e localizações de suas forças que atuam na província. 

"Até agora, os caminhos dos aliados da Rússia e dos EUA não se cruzaram. Mas o que pode acontecer quando se trate de saber quem será o primeiro a ocupar as reservas de hidrocarbonetos?", se pergunta Hackensberger. 

Atualmente, os movimentos das tropas em Deir ez-Zor parecem uma partida de xadrez. Mesmo que a fase final esteja se aproximando, os conflitos armados parecem "quase inevitáveis" concluiu o autor do artigo.

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