EUA abandonam no deserto o Novo Exército sírio

© AFP 2023 / Delil SouleimanRebeldes sírios (foto de arquivo)
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A criação do Novo Exército sírio (NSA, sigla em inglês) foi anunciada há muito tempo. O projeto que previa mais uma organização combatendo contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad, foi apoiando financeiramente pelos EUA.

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Porém, as declarações não se tornaram realidade, e no acampamento no distrito de Rukban, a possível base do Novo Exército sírio, se encontra em um estado de abandono total, aponta Mikhail Khodarenok, analista do jornal on-line russo Gazeta.

O acampamento de Rukban está situado no deserto sírio, perto da fronteira com a Jordânia, a cerca de 60 quilômetros de al Tanf. A maior parte dos sírios que estão lá fugiram das províncias de Deir ez-Zor e Raqqa na primavera e no verão de 2014, quando o Daesh (organização proibida na Rússia e em vários outros países) invadiu esses territórios.

Essas pessoas buscaram refúgio no Reino Hachemita da Jordânia, onde já viviam cerca de 600 mil refugiados sírios.

No entanto, as autoridades jordanianas não aceitaram esses novos migrantes e lhes propuseram permanecer no deserto, no povoado de Rukban.

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Como resultado, em um pedaço de terra de 10 quilômetros quadrados agora há cerca de 70.000 pessoas. O acampamento enfrenta problemas com acesso à água potável, alimentos e assistência médica.

No entanto, a localização do campo perto de al Tanf era importante para os EUA e seus aliados. Lá, em uma encruzilhada de estradas estratégicas entre a Síria, o Iraque e a Jordânia, foi criado um campo para treinar o Novo Exército sírio.

Representantes das tribos árabes do leste e sul da Síria constituíram a base desse Exército.

"Usando o pretexto da luta contra o Daesh, os EUA e seus aliados na verdade tentavam criar um grupo capaz de chegar até Damasco num prazo curto. Contudo, não conseguiram fazê-lo antes do início das operações da Força Aeroespacial da Rússia na Síria" apontou o jornalista.

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As ações da Rússia na Síria mudaram significativamente a situação no campo de batalha. Os grupos da oposição concordaram em observar o armistício com o Exército sírio sob as garantias do Centro Russo para a Reconciliação, enquanto as forças governamentais começaram a ofensiva contra o Daesh.

Os EUA, com a intenção de salvar o ponto de apoio em território sírio, decidiram construir a base militar em al Tanf ilegalmente. Instrutores e forças especiais dos EUA, Reino Unido e Noruega chegaram ao local e implantaram seus equipamentos e armas pesadas, em particular, em abril e maio de 2017 eles instalaram sistemas lançadores múltiplos de foguetes HIMARS.

Oficialmente, essas medidas visavam combater o Daesh, no entanto, em vez de atacar os terroristas, estes grupos armados, apoiados pelos norte-americanos, entraram em confronto com as forças governamentais, tentando bloquear o caminho para o rio Eufrates.

Quando os militares dos EUA perceberam a impossibilidade de tornar reais esses planos, eles perderam o interesse neste campo e cortaram todo o financiamento.

Tudo isso levou ao agravamento das relações entre os grupos e afetou a situação no povoado de Rukban.

Atualmente, o acampamento está dividido entre clãs rivais que se apoiam em tribos diferentes.

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