Mensagem de Teerã a Washington: 'As tropas dos EUA devem deixar o golfo Pérsico'

© AP Photo / Jon GambrellAvião F-18 se prepara para decolar do porta-aviões USS George H.W. Bush, em navegação no Golfo Pérsico, 22 de março de 2017
Avião F-18 se prepara para decolar do porta-aviões USS George H.W. Bush, em navegação no Golfo Pérsico, 22 de março de 2017 - Sputnik Brasil
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O ministro da Defesa iraniano, Hossein Dehghan, questionou a presença militar de Washington no golfo Pérsico, dizendo que as tropas americanas devem deixar a área.

O analista político Sergei Sudakov, professor da Academia de Ciências Militares, disse à Rádio Sputnik que as observações de Dehghan devem ser vistas como uma mensagem para a liderança dos EUA.

"O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referiu-se ao Irã como o primeiro Estado terrorista. Isto é uma acusação séria que exige provas. O Irã está claramente ciente de que os EUA poderão levar a cabo ações mais radicais, inclusive uma ação militar. Foi por isso que o ministro iraniano enviou uma mensagem destinada a impedir a retórica agressiva de Washington [para Teerã]", observou o analista.

Em 30 de março, Dehghan disse que o Pentágono deve retirar seu pessoal do golfo. "Qual é o negócio das tropas dos EUA no golfo Pérsico? É melhor eles deixarem a região e não causarem problemas para os países da região", disse ele à Mehr News.

Esses comentários vieram depois que o general do Exército Joseph Votel, chefe do Comando Central dos EUA, descreveu o Irã como "a maior ameaça de longo prazo para a estabilidade" do Oriente Médio. Ele também disse que Teerã está atuando ostensivamente em uma "zona cinzenta". O general Vogel também não descartou que o Pentágono possa usar "meios militares" para interromper as atividades do Irã.

Porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower (CVN-69)  dos EUA no Gólfo Pérsico - Sputnik Brasil
Irã aconselha os EUA a abandonar o golfo Pérsico
A guerra de palavras entre os EUA e o Irã levou Sudakov a alertar que um potencial conflito militar entre Teerã e Washington teria graves implicações. Tal guerra "desestabilizaria totalmente" o Oriente Médio, explicou.

Sudakov disse ainda que o Irã se tornou mais autoconfiante nos últimos anos, acrescentando que essa tendência se tornou visível depois que os países do P5+1 e Teerã assinaram o Plano Conjunto de Ação (JCPOA, sigla em inglês). Este acordo pretende garantir que o Irã se abstenha de desenvolver armas nucleares em troca de alívio de sanções.

"O Irã tem mais autoconfiança do que há quatro ou mesmo um ano atrás, o que não é apenas produto de fatores econômicos ou das relações mais próximas do Irã com a China e a Rússia, por exemplo. O Irã recebeu avançados sistemas de defesa aérea S-300 da Rússia", disse ele. "O Irã também faz parte de uma coalizão envolvida no conflito sírio. Terrã coordenou eficazmente suas atividades com o Exército Árabe Sírio. O Irã melhorou sua posição no Oriente Médio. E isso incute-lhe confiança de novo."

Tal como a Rússia, o Irã está participando da operação antiterrorista na Síria, após um pedido de Damasco.

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