Mulher de Mossul conta como habitantes sobreviveram à libertação da cidade do Daesh

© AFP 2023 / BULENT KILICMulheres em Mossul (arquivo)
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Uma mulher de Mossul, Nur al Hadi, contou à Sputnik Árabe como era a vida na cidade um mês antes da operação da libertação da cidade em 17 de outubro de 2016.

Seu primo foi preso pelo Daesh por fumar cigarros. Os prisioneiros foram visitados por um professor que disse que "o Daesh vai perder Mossul, como já perdeu Fallujah, que foi anteriormente a fortaleza mais formidável e o primeiro ponto de apoio da organização no Iraque".

"Ficamos muito surpresos que este homem do Daesh dizia tais coisas durante suas palestras sobre religião. Os terroristas forçavam os prisioneiros a assistir a estas aulas, para que eles superassem seus hábitos pecaminosos", disse Nur al Hadi à Sputnik Árabe.

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As pessoas estavam esperando pela libertação e acreditavam nela, elas não fugiram da cidade quando isso era possível. "Em meados de 2015, minha avó, a mãe do meu pai, recolheu as coisas necessárias e disse que tudo estava pronto para deixar a cidade. Mas eu a convenci a "não fugir". Todo o ano seguinte, ela tentou de deixar a cidade comigo, mas de cada vez eu rejeitava a ideia, e nós ficamos", disse Nur.

"Então, chegou dia 1 de novembro de 2017. Começamos ouvindo os combates perto da cidade. À volta se ouvia o assobio de balas e explosões. Após 4 dias, um avião largou uma bomba sobre uma das casas da nossa rua. Todos saíram à rua porque ninguém entendia por que a aeronave tinha destruído uma casa de habitação. Meu irmão correu para as ruínas da casa para ajudar a salvar essa família. O dono da casa, que sobreviveu por milagre, pediu aos outros vizinhos para ajudá-los. Mas as pessoas estavam com medo de que o avião voltasse e fugiram para suas casas."

"Os membros desta família foram retirados, tratados e eles estão bem agora. Mais tarde, soubemos que os homens armados tinham subido ao telhado dessa casa e abriram fogo contra um carro Hummer pertencente à "divisão de ouro" do exército iraquiano. Depois disso, o avião suprimiu a posição de fogo inimiga, embora tenho sido uma casa", continua Nur.

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"Após este incidente com a casa, muitos moradores do nosso bairro decidiram fugir. Decidimos fazer o mesmo e voltamos para casa para recolher algumas coisas. Mas, ao nos aproximarmos da porta, vimos que ela estava quebrada. Nós percebemos que havia terroristas em nossa casa. Felizmente, eles não estavam disparando contra o exército, caso contrário nossa casa também seria destruída.

"Fomos para cada de nossos parentes, que moram no nosso bairro. Nós não tentamos escapar e chegar até ao exército, porque os rebeldes não permitiriam isso. Vimos um Hummer armadilhado na nossa rua. Os terroristas disseram para nós não dizermos isso aos soldados quando eles viessem ao nosso bairro. Eles ameaçaram que nesse caso a aviação iraquiana bombardearia a rua sem deixar pedra sobre pedra."

Segundo a mulher, os militantes deixaram para trás um grande número de bombas e minas, mas a maioria delas foi neutralizada pelas forças de segurança iraquianas.

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