Por que Arábia Saudita quer se juntar à luta contra Daesh na Síria e Iraque?

© AFP 2023 / FAYEZ NURELDINECaça saudita F-15 decola da base militar aérea de Khamis Mushayt, Arábia Saudita, 2015 (foto de arquivo)
Caça saudita F-15 decola da base militar aérea de Khamis Mushayt, Arábia Saudita, 2015 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A aliança militar islâmica está muito interessada em se juntar aos EUA e seus aliados nos seus esforços para lidar com o Daesh no Iraque e na Síria, mas o analista político Aleksandr Sotnichenko pensa que Riad e outros membros da coalizão antiterrorista perseguem outra agenda.

"É do interesse dos Estados Unidos e seus aliados enviar forças estrangeiras para dividir a Síria em primeiro lugar. O fato de os membros da coalizão islâmica se terem tornado demasiado ativos pode indicar que eles querem chegar a tempo da divisão da Síria", disse o especialista à publicação russa Vzglyad.

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O analista político disse que o futuro da Síria pode estar em causa se Bagdá expulsar o Daesh do Iraque mais cedo que a Síria vença os terroristas no seu território.

"Neste caso, as forças da coalizão apoiadas pelos EUA e países do Golfo Pérsico podem atravessar a fronteira sírio-iraquiana e avançar mais para ocidente. Em resultado, eles vão acabar tomando controle sobre uma grande parte da Síria que recusarão devolver ao governo sírio", disse.

O analista político avisou também que, se os curdos sírios continuarem seu avanço contra o Daesh, o país poderá seguir o exemplo do Iraque e se tornar um estado falhado. Depois a "desintegração da Síria e uma guerra civil sem fim" contaminarão a região por muitos anos.

Estes cenários, na opinião de Sotnichenko, significam que Moscou e Damasco devem libertar a Síria do Daesh "o mais rápido possível".

O analista político também expressou a dúvida que a coalizão islâmica queira verdadeiramente ajudar aos EUA nos seus esforços contra o Daesh. Como a Arábia Saudita e seus aliados estão envolvidos no conflito no Iêmen, eles poderão somente se juntar à operação militar terrestre se os EUA exercerem pressão significativa sobre eles.

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Há um desafio adicional quando se trata de Raqqa, porque a campanha para libertar a capital do Daesh é liderada pelas Forças Democráticas da Síria compostas maioritariamente por curdos.

Na opinião do especialista, elas não estão interessadas em lutar ao lado de tropas dos países do Golfo Pérsico, que eram os principais financiadores do Daesh.

"A presença terrestre da coalizão islâmica na Síria e no Iraque está provavelmente fora de questão", disse Sotnichenko.

Na semana passada, o major-general saudita Ahmad Asiri, conselheiro do ministro da Defesa saudita, disse à Sky News Arábia que a coalizão islâmica liderada pela Arábia Saudita está preparada para trabalhar em conjunto com a coalizão liderada pelos EUA para lidar com o Daesh na Síria e no Iraque.

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