Chancelaria iraquiana: 'Não temos pressa em libertar Mossul do Daesh'

© AFP 2023 / AHMAD AL-RUBAYEOs combatentes xiitas de tropas irregulares vêm para o sul de Mossul
Os combatentes xiitas de tropas irregulares vêm para o sul de Mossul - Sputnik Brasil
Nos siga no
O Iraque entrou na última fase de libertação do país do grupo terrorista Daesh, que tomou grandes territórios iraquianos no início de 2014. Entretanto, apesar de que desde o início da operação já passaram alguns meses, as forças governamentais ainda não conseguiram expulsar os terroristas da cidade.

O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim Al-Jaafari, falou à Sputnik sobre o segredo da capacidade de combate dos terroristas e comentou as intenções do Curdistão raquiano de ficar com os territórios libertados.

Al-Jaafari disse que tudo indica que os terroristas recebem apoio de outros países.

"<…> O inimigo tenta usar as nossas fraquezas para se manter o mais tempo possível. Além disso, possuem grandes reservas de armas e munições. São armas modernas, o que indica que têm apoio internacional. Há governos que estão por trás deles. O exército iraquiano tem isso em conta e tenta esgotar a potência do adversário", disse o alto diplomata iraquiano.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan durante discurso - Sputnik Brasil
Erdogan diz ter provas de que coalizão liderada pelos EUA apoia terroristas na Síria
Ao mesmo tempo, o diplomata recusou-se a nomear os países que estarão apoiando os terroristas, dizendo que o Iraque quer preservar as relações com estes países. "Esperamos que se tornem racionais, pois, mais cedo ou mais tarde, a corda que os liga aos terroristas irá apertar seus pescoços".

O chanceler iraquiano explicou que as forças iraquianas não têm pressa de libertar a cidade, porque tentam evitar grandes baixas entre os civis.

"Damos atenção especial a evitar vítimas entre os civis, que o Daesh usa como escudos humanos. <…> A doutrina do exército iraquiano é que é necessário tentar evitar vítimas entre os civis. O Daesh está usando estas pessoas. É por isso que não temos pressa, desviamos recursos adicionais, arriscando a vida dos nossos soldados para preservar as vidas dos civis", disse acrescentando que agora a maior parte de Mossul já foi libertada dos terroristas. São 40 bairros dos 56 existentes. Agora a cidade está isolada da Síria e está totalmente cercada pelo nosso exército.

"Precisamos de tempo para libertar a cidade com baixas mínimas", afirmou o chanceler iraquiano.

Premier do Iraque, Haider al-Abadi, durante coletiva de imprensa em Berlim, após um encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, em 11 de fevereiro de 2016 - Sputnik Brasil
Premier do Iraque diz que três meses serão suficientes para eliminar o Daesh
Al-Jaafari declarou que as baixas entre soldados e polícia iraquianos têm lugar, mas são menores do que se esperava. O número dos refugiados é também muito mais baixo que o previsto.

Segundo o chanceler, isso tornou-se possível graças à consolidação das forças que participam do combate contra o Daesh em Mossul.

"O combate por Mossul é uma batalha de todo o Iraque. Vieram residentes de todas as províncias para libertar esta cidade, como foi com a libertação de Fallujah", disse.

A milícia militar curda do Curdistão iraquiano – peshmerga – participou da libertação da província de Nínive e agora declara que não deixará estes territórios. Segundo Al-Jaafari, ninguém tem o direito de alienar territórios nacionais. Os curdos estão representados no governo e no parlamento iraquiano. Os curdos são parte da comunidade iraquiana. "Não faz sentido dividir o Iraque".

As forças governamentais do Iraque liberaram um terço da zona leste de Mossul, informou a 15 de novembro o general de brigada Saad Maan - Sputnik Brasil
Cerca de 100 terroristas do Daesh foram eliminados em Mossul
Quanto às declarações da organização Hasdi Sabi sobre a hipótese de ajudar o governo sírio depois da derrota do Daesh no Iraque, Al-Jaafari disse que a Constituição iraquiana não autoriza qualquer intervenção militar nos assuntos de outros países, mas se os iraquianos forem, a título individual, para a Síria, ninguém os poderá impedir.

O chanceler iraquiano afirmou que o país desenvolve a cooperação com a Rússia na luta contra o terrorismo.

"Estamos trocando informações e esperamos que isso aconteça a um nível mais alto. <…> A inteligência russa é uma das mais fortes do mundo e na luta contra o terrorismo precisamos de informações de inteligência. A Rússia pode prestar-nos grande ajuda nesta área", disse.

Além disso, Al-Jaafari confirmou que o Iraque pretendia ser um dos mediadores do conflito na Síria, em conjunto com a Rússia, Irã e Turquia, porque também sofre do terrorismo e por a regularização na Síria ir igualmente levar a paz para o Iraque.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала