Por que todo Oriente Médio lucrará com base naval russa na Síria?

© Sputnik / Grigory Sysoev / Acessar o banco de imagensMarinheiros russos durante a estadia do cruzeiro Pyotr Veliky em Tartus, Síria (foto de arquivo)
Marinheiros russos durante a estadia do cruzeiro Pyotr Veliky em Tartus, Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Rússia reforçará as suas capacidades no combate ao terrorismo, modernizando e aperfeiçoando as suas facilidades no porto sírio de Tartus, disse à agência russa RIA Novosti o general egípcio Gamal Mazlum, acrescentando que Moscou ajudará outros países no Oriente Médio e na África do Norte de combater os grupos radicais.

Marinheiro do cruzador de mísseis pesado russo Pyotr Veliky durante a estadia do navio no porto de Tartus, Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Quando Tartus na Síria se tornará uma plena base naval russa?
"O acordo sobre a criação da base reforçará as capacidades russas na luta contra o terrorismo", disse o militar.

O passo também terá um impacto em toda a região.

"Com efeito, a presença da Rússia [na Síria], ajudará as nações árabes na sua luta contra os grupos extremistas", sublinhou o general. Isso é especialmente importante se tivermos em conta que "os laços destes países com Washington enfraqueceram", acrescentou ele.

Mazlum descreveu as relações entre o Egito e os EUA como parceria estratégica no período em que Hosni Mubarak foi presidente do país. Ambos os países se afastaram depois do começo da Primavera Árabe, da turbulência política que se seguiu e das eleições de Abdel Fattah al-Sisi como presidente atual do Egito.

Além disso, a administração Obama reduziu o apoio a ações no Oriente Médio, particularmente quando se trata de instalação de militares norte-americanos. O presidente recém-eleito norte-americano Donald Trump também indicou que seguirá uma política externa menos expansiva. Em resultado, as relações dos EUA com alguns dos seus parceiros no Oriente Médio se tornaram menos claras.

Navio ligeiro porta-mísseis Mirazh da Frota do MAr Negro no porto de Sevastopol, Rússia - Sputnik Brasil
Grupo de forças russas no Mediterrâneo poderá ser aumentado
Se Moscou assinar o acordo sobre a base naval em Tartus com Damasco, a Rússia será capaz de aumentar a sua presença no leste do Mediterrâneo, notou o general Mazlum.

"Não houve praticamente nenhuma presença russa [no Oriente Médio e na África do Norte], inclusive no Iraque, Iêmen, Egito, Síria, Líbia e Argélia, depois de colapso da União Soviética. Entretanto, a Rússia continuou cooperando com estes países como um sucessor legal da USSR", acrescentou.

Washington aparentemente não ficará feliz com estes desenvolvimentos. Os políticos nos EUA verão a presença russa como pouco desejável, disse o analista.

"Entretanto, agora a escala é diferente, isso pode ser um começo de maior envolvimento na região. Até há pouco, a Rússia estava presente somente no Mar Negro. Agora o país espalhou a sua influência para o leste do Mediterrâneo", disse o general. "Penso que a Rússia não deixará todo este espaço para os Estados Unidos".

Marinheiros do cruzador de mísseis pesado russo Pyotr Veliky durante a estadia do navio no porto de Tartus, Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Senador: Rússia e Síria não vão demorar a assinar acordo sobre base militar de Tartus
O Ministério da Defesa da Rússia mantinha uma pequena presença naval no porto de Tartus desde 1977. Em outubro, oficiais do Ministério da Defesa da Rússia disseram que planejaram construir uma base completa nesta cidade portuária síria.

Os documentos oficiais do acordo em relação à base russa na Síria alegadamente estão na etapa final da sua aprovação.

Na segunda-feira (21), o presidente do Comitê da Defesa e Segurança do Conselho de Federação, Viktor Ozerov, disse à RIA Novosti que a base pode ser modernizada dentro de dois anos.

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