Especialista: Washington quer que 'derramamento de sangue' em Aleppo continue

© REUTERS / Ammar AbdullahAjuda humanitária danificada por ataque ao comboio da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho em Aleppo, Síria
Ajuda humanitária danificada por ataque ao comboio da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho em Aleppo, Síria - Sputnik Brasil
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Especialistas acham que as pessoas que determinam a política dos EUA querem que Aleppo continue um campo de batalha para usar a operação realizada pelo exército sírio, que visa libertar a segunda maior cidade síria de jihadistas, como uma oportunidade para criticar Damasco e os seus aliados, em particular Moscou.

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A respectiva opinião foi divulgada à rádio Sputnik pelo cientista político sírio Salim Ali.

Ele partilhou da sua opinião logo após o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) ter decidido não realizar a evacuação de feridos de Aleppo oriental devido a preocupação com o nível de segurança. A organização não-governamental com sede na Suíça recebeu garantias de segurança da Rússia e do exército sírio, mas não dos EUA ou da assim chamada oposição moderada.

"Acho que a questão deve ser dirigida a Washington. Eles são os maiores contribuidores dos grupos armados. É por isso que são os EUA que devem oferecer garantias de segurança," disse o especialista.

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De acordo com a opinião de Salim Ali, o lado americano tem outro plano para a Síria, em particular para a cidade de Aleppo. Segundo ele, os EUA precisam que os combates sangrentos se mantenham na cidade como pretexto para divulgar críticas contra as autoridades da Síria e Rússia.

Além disso, o entrevistado destacou que o CICV presta atenção especial à situação em Aleppo, enquanto parece ter menos interesse nos acontecimentos em Mossul, Deir ez-Zor e Raqqa.

"Eu não ouvi qualquer declaração do CICV sobre Mossul, Deir ez-Zor e Raqqa. Estas têm mais civis do que o oriente de Aleppo. Mas o CICV continua calado. Se eles pensassem nas pessoas, eles dariam atenção a todas as cidades em vez de somente falar sobre uma, onde a Rússia não coordena as suas ações com os Estados Unidos," sublinhou o especialista.

As forças de segurança do Iraque e os seus aliados, inclusive a coalizão internacional liderada pelos EUA e os combatentes curdos, estão realizando uma grande operação de libertação de Mossul (Iraque), bastião do grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia). A cidade tem uma população de cerca de 1,5 milhões de pessoas e há muitos que expressam preocupação com o fato que a operação poder causar um enorme número de vítimas entre civis.

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Em particular, o Ministério da Defesa russo apresentou dados que mostram como os ataques aéreos realizados pela coalizão internacional matam civis durante os combates em Mossul. A representante oficial do ministério, Maria Zakharova chamou a operação de "massacre medieval".

Mais cedo, Robert Mardini, o diretor regional do CICV para o Oriente Médio, declarou à Sputnik que os grupos armados na parte oriental de Aleppo não davam garantias de segurança para realização da evacuação de feridos da área. A organização tinha o plano de transportar 200 pessoas gravemente feridas e as suas famílias da região, que está sob o controle dos rebeldes. O número mais tarde foi corrigido para 10 pessoas, mas mesmo assim a evacuação não aconteceu.

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