Mardini falou com a gerente da representação da agência RIA Novosti na Suíça, Elizaveta Isakova, e revelou os seguintes detalhes.
Segundo ele, a situação atual em Aleppo é trágica. Na última semana as ações militares se intensificaram nos bairros oeste de Aleppo, o que provocou dezenas de vítimas entre os civis.
Mardini ressalta que Aleppo é uma cidade que sofreu mais em comparação com outras cidades, desde o início do conflito sírio, e essa questão gera grandes preocupações por parte do CICV.
Mardini informa que o Crescente Vermelho Árabe Sírio (CVAS) e o CICV estiveram no leste de Aleppo pela última vez em abril deste ano. Ele explica que 270 mil pessoas precisam de tudo desde que Aleppo começou a ser sitiado.
O chefe de operações do CICV destaca que antes de mais nada os civis em Aleppo precisam de ajuda médica, pois a situação na área da saúde da cidade é uma catástrofe, sendo que os hospitais de Aleppo foram sujeitos a ataques. Segundo ele, restam apenas 14 médicos para atender 270 mil residentes. Além disso, os medicamentos estão em falta, há grandes dificuldades com água e alimentos.
Levando em consideração os fatos acima mencionados, Mardini conclui que a situação dos civis em Aleppo está piorando diariamente.
Segundo ele, no momento 200 civis e membros das suas famílias se encontram em estado grave, embora isso não seja um número exato.
Ao mesmo tempo Mardini é a favor da introdução de pausas humanitárias no futuro, pois na sua opinião, tais pausas vão beneficiar os residentes, e defende a necessidade de facilitar o trabalho das organizações humanitárias. Ele ressalta, que, infelizmente, o CICV não conseguiu utilizar o cessar-fogo para prestar assistência.
Para ajudar os civis, o CICV dispõe de equipe de 50 representantes em Aleppo, além de vários armazéns.
Mardini informa que o CICV já encaminhou as solicitações para fornecer um grande lote de medicamentos a Aleppo e espera que essa ajuda receba luz verde. Apesar disso, ainda não foi recebida resposta por parte de Damasco.
Perguntado a respeito da cidade de Deir ez-Zor, Mardini destacou que é uma cidade sitiada, mas há bairros que já não são considerados sitiados, pois sua população já foi evacuada.
Mardini assinala que a tática de cerco não contradiz a lei humanitária internacional se o cerco não for dirigido contra os civis.
Segundo o chefe da CICV, os bairros e cidades sitiadas na Síria são uma prioridade, mas há também outros fatores de extrema importância, como, por exemplo, o crescimento da população em algumas cidades sírias. As pessoas simplesmente não são capazes de viver por não conseguirem pagar um aluguel. É por isso que estes civis contam com ajuda humanitária. Segundo Mardini, cerca de 13 milhões de pessoas na Síria dependem dessa ajuda.Mardini acha necessário que as partes do conflito respeitem as principais normas de condução de guerra a fim de diminuir o sofrimento da população. A guerra em barros residenciais, o uso de armas pesadas, munições e explosivos em áreas densamente povoadas contradiz as normas básicas.
De acordo com Mardini, neste ano a CICV poderá duplicar seu orçamento para ajuda humanitária, mas muita coisa vai depender de questões de segurança, logística e autorizações.
Questionado sobre o alegado uso de armas químicas no oeste de Aleppo, Mardini ressaltou que não possui informações a esse respeito, destacando que a comunidade internacional proíbe o uso de armas químicas sob qualquer pretexto.
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