O Ocidente aposta nas unidades das forças de autodefesa curdas na luta contra o Daesh. Sendo assim, Ancara está pensando seriamente em se juntar a Moscou e Damasco na coordenação das ações.
Em entrevista à Sputnik Turquia, Haldun Solmazturk, ex-chefe da Direção para Segurança Internacional do Estado-Maior das Forças Armadas turcas, informou que os EUA estão prestando apoio militar técnico, material e psicológico às unidades das forças de autodefesa curdas.
Solmazturk é também presidente do Instituto "Turquia no século XXI" e cientista-chefe do Departamento de Segurança Internacional do Instituto Real de Relações Internacionais, general de brigada aposentado da Infantaria do exército turco.Segundo ele, "uma aliança político-militar se formou entre os militares americanos e combatentes curdos. É evidente que durante a operação, que visa libertar e ocupar Raqqa, os EUA usarão as forças curdas em primeiro lugar".
O especialista destaca que a Turquia se opõe ao uso destas unidades, mas EUA rejeitam todas as reclamações turcas a esse respeito.
"Os receios turcos são claros. Ancara não quer que uma autonomia federativa curda surja na Síria, imagine um estado curdo independente", aponta Solmazturk.
Ao mesmo tempo, ele explica que nem Damasco, nem Moscou quer divisão da Síria. Mas os americanos planejam tomar Raqqa apenas usando os combatentes curdos, sem pedir ajuda à Rússia e às forças legítimas do governo sírio, diz Solmazturk.Na opinião do especialista, as divergências entre Ancara e Washington são causadas pelo "conflito dos interesses" na Síria e no Iraque. Ele acredita que não há terreno para interação turco-americana sobre a Síria, ao contrário, há apenas condições para conflito.
Solmazturk sugere que a saída para o impasse na Síria consista na interação trilateral entre Ancara, Damasco e Moscou.
"No momento, a Turquia está tentando fazer algo na Síria e no Iraque sozinha. Mas tais tentativas unilaterais apenas complicam a situação na Síria, que não é nada fácil. A Turquia tem interesse em cooperar com a Rússia e ajustar relações com Damasco", conclui.
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