Trata-se da política de Kadhafi em relação à presença de bases militares estrangeiras no território da Líbia e na África em geral. O antigo “coronel” líbio era um adversário de qualquer presença militar estrangeira, especialmente da ocidental, no continente.
“Em primeiro lugar Muammar Kadhafi, após a revolução de 1969, começou uma política ativa contra a presença militar estrangeira na Líbia e na África porque na altura as bases militares eram um meio de pressão sobre a política e economia da Líbia. Foi por isso que ele foi assassinado!”, disse as-Safi à Sputnik Árabe.
“A sua morte pareceu uma vingança e não defesa dos interesses de alguém. Este fato é especialmente óbvio se tomarmos em conta a defesa dos interesses da região árabe na arena internacional por parte de Kadhafi e o fato de a Líbia ser um Estado independente nas suas decisões”, acrescentou.
Em particular, o antigo vice-primeiro-ministro sublinhou que, por dezenas de anos, Kadhafi liderava a política de fortalecimento da África e maximização da sua independência, o que entrava em conflito com os planos do Ocidente e ameaçava a hegemonia dos EUA. No momento do assassinato de Kadhafi a Líbia era o único país na África que se atrevia a tomar decisões independentes em prol dos seus interesses nacionais e era exatamente este aspeto que não convinha ao Ocidente. Agora a Líbia depende de outros países em todos os sentidos: política e economicamente, no aspecto militar e até social.