"Foi, precisamente, há 15 anos que se iniciou a época das guerras intermináveis provocadas pela América. As guerras que começaram naquele período continuam até os dias de hoje. Começaram com os ataques dos EUA contra o Afeganistão, continuaram no Iraque, na Síria, na Líbia", disse Muzhdah.
No entanto, nenhuma destas quatro promessas foi cumprida, insiste o ex-militante. Com a exceção, talvez, de bin Laden, morto em 2011. Mas ele foi morto no Paquistão, sem que esta morte tivesse afetado de maneira séria os movimentos islâmicos no país vizinho afegão.
'Nenhuma democracia'
O ex-militante também comentou a ajuda humanitária e militar que os EUA prestam ao seu país. Para ele, o maior projeto americano destinado ao Afeganistão, vulgarmente chamado "importação da democracia", fracassou, já que não se vê "nenhuma democracia" lá.
A ajuda militar fracassou também, assegura Muzhdah. "Vou dar um exemplo. Os americanos se responsabilizaram pela compra, para o Afeganistão, de 20 bombardeiros italianos, mas a ação tomou o caminho errado, já que os aviões não puderam ser usados em operações antiterroristas, acabando no ferro velho", conta.
"O exemplo do Afeganistão mostra como eles [os EUA] implementaram um sistema. Um sistema que age contra a paz", lamenta ele.
O Afeganistão foi governado pelo movimento Talibã entre 1996 e 2001. Depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, quando os dados da inteligência mostraram que Osama bin Laden teria sido acolhido pelo Talibã no Afeganistão, os EUA começaram a intervenção. Agora, no país resta uma missão militar estadunidense reduzida.